Maria Fernanda Rodrigues
05 de setembro de 2020 | 03h00
Uma garotinha de seis anos está de cama há um mês. Sem febre, sem dor, mas definhando. Os médicos vão e vêm. A mãe chora, o pai acende um cigarro atrás do outro. Nádia não tem vontade de nada. Depois do Contos de Kolimá da semana passada, eu queria um livro mais leve para esta coluna e, apesar desse enredo inicial, O Elefante (Kalinka, 64 págs.; R$ 22,90) vem divertindo e distraindo crianças de todas as idades desde 1907.
Este é o terceiro conto infantojuvenil do russo Aleksandr Kuprin (1870-1938), que antes de se dedicar ao jornalismo e à escrita, foi pescador e até artista de circo.
O problema da menina era, segundo os médicos, um desânimo com a vida. O importante, alertaram, era não deixá-la entediada. “Realizem qualquer capricho”, disseram. “Se conseguirem fazê-la sorrir, alegrá-la, será o melhor remédio.” Não houve nenhum pedido especial até um sonho, difícil de ser lembrado e que remetia a uma promessa nunca cumprida pelo pai – de levá-la ao circo. Nádia então pediu um elefante.
Começa então a luta do pai para encontrar Tommy, e depois para levá-lo à sala da casa da família, no segundo andar de um prédio. O encontro e as brincadeiras salvam a menina do tédio e um recomeço se torna possível.
O Elefante
Autor: Aleksandr Kuprin
Trad.: Tatiana Larkina
Editora: Kalinka
(bilíngue; 64 págs.; R$ 22,90)
Escritor e roteirista, Raphael Draccon leva sua série de mais sucesso, ‘Dragões de Éter’ para a Melhoramentos. Os três primeiros volumes serão revistos, atualizados e ilustrados e um quarto também está no contrato.
A DBA lança, em 2021, o romance ‘Untold Night and Day’, da sul-coreana Bae Suah. É a história de Ayami, que trabalha em um teatro de áudio para pessoas cegas que está fechando as portas de vez. Com o futuro incerto, ela vaga pela escuridão da noite de Seoul.
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