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Literatura e mercado editorial

Enfim, Tamin Al-Barghouti

Conhecido como o poeta da Primavera Árabe, o palestino nascido no Egito Tamin Al-Barghouti não conseguiu ir à Festa Literária Internacional de Paraty - primeiro por dificuldades em deixar o Cairo e depois porque perdeu o passaporte na conexão em Londres. Mas participou, por skype, de um encontro de 40 minutos promovido pelo Itaú Cultural com brasileiros no começo da noite de hoje, no Auditório do Ibirapuera.

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Da Jordânia, onde está agora para a emissão de um novo documento, disse: "Vamos continuar a pressão nas ruas para ter novas eleições presidenciais, para levar os civis de volta ao poder, mas, ao mesmo tempo, sem aliança com os Estados Unidos. Queremos um governo independente dos Estados Unidos e da Alemanha. Queremos uma voz ativa no governo que não ceda aos imperialistas. " Ele comentou que no momento militares e a Irmandade Muçulmana competem por poder e pela aliança com os Estados Unidos e que a relação entre os três é de um triângulo amoroso. "O que está acontecendo agora é tanto revolução quanto golpe de estado."

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Sobre a importância da poesia e da arte no processo revolucionário, ele disse que houve uma explosão de autoexpressão em seu país. "Todos estão tentando fazer poesia, pintando os muros, fazendo música ou filmes curtos. Juntas, todas essas formas de arte são uma grande narrativa dessa revolução que está em curso. É uma forma de exercer pressão nas pessoas que estão no poder. E por ser uma narrativa de peso, ela não pode ser interrompida."

Tamim soube das manifestações brasileiras e disse que o que ele conhecia de movimentos parecidos organizados aqui se referia a tentativas de derrubar militares e instalar a democracia. "Esse movimento brasileiro é novo para nós e estamos tentando entendê-lo. Queremos saber qual é a sua narrativa. Vocês já têm eleições democráticas e pelo que sabemos o governo brasileiro é preocupado com a justiça social. É verdade que as reformas não estão todas prontas, mas não quero me precipitar em análises."

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