Maria Fernanda Rodrigues
10 de janeiro de 2020 | 10h05
A Sutil Arte de Ligar o F*da-se, obra de Mark Manson publicada no País pela Intrínseca em 2017, foi o livro mais vendido no Brasil em 2018 e, de novo, em 2019. Manson, que tem 35 anos, é americano, blogueiro, consultor de desenvolvimento pessoal e autor best-seller de obras de autoajuda – depois ele lançou F*deu Geral: Um Livro Sobre Esperança? -, foi um dos destaques da Bienal do Livro do Rio de Janeiro no ano passado.
Na lista de livros mais vendidos, feita pela Nielsen a pedido da Babel, só há livros de autoajuda – pessoal e financeira. Nenhuma ficção.
Dos 15 livros mais vendidos, 9 já apareceram no ranking (de 21 livros) de 2018. E dos 15 livros mais vendidos em 2019, apenas um – Brincando com Luccas Neto – foi publicado em 2019.
Isso é um sinal de que o mercado editorial, em crise nos últimos anos e que está sentindo os efeitos da diminuição dos pontos de venda e da falta de pagamento por parte de algumas livrarias, não está conseguindo, do seu lado, descobrir ou criar nenhum fenômeno editorial.
Os brasileiros Paulo Vieira e Luccas Neto são os autores com mais livros entre os best-sellers: dois, cada um.
Apenas duas mulheres aparecem no ranking: Nathalia Arcuri, com Me Poupe, e Carol S. Dweck, de Mindset.
Depois de sobreviver ao pior ano de sua história, o mercado editorial brasileiro passou 2019 ainda tentando driblar o impacto da crise das redes de livraria Saraiva e Cultura, que conseguiram, com custo, aprovar seu plano de recuperação judicial este ano com a proposta de pagar o que devem com deságio e a perder de vista, e da crise geral do livro, que acumula perda de 25% do faturamento nos últimos 13 anos. A ver como 2020 se desenrola.
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