Alvaro Siviero
30 de outubro de 2013 | 18h20
Um bebê, por essência, é puro. Não há malícia, não há maldade, não há retorcimentos de consciência. Tudo verdadeiro, simples, sincero. Como um espelho limpo que reflete a luz de modo quase que perfeito, essa alma pura, branca, se torna capaz de captar o que é belo na vida. O mesmo ocorreu com cada um de nós.
No entanto, a primeira mentira incomoda. A primeira maldade cometida incomoda. E incomoda, muitas vezes, mais a própria consciência do que os outros. É a repetição do feio que provoca a perda da sensibilidade para o que é belo. A consciência caleja. E a sensibilidade se esvai.
Chamou-me a atenção este vídeo. Uma mãe, que canta com todo o seu carinho, encontra no filho a ressonância sensível, pura, para seu ato de amor. “Eu vou te cantar uma música e quero que você me diga o que sente nesta música”, afirma a mãe no início. E dispara o canto que fala sobre a separação de duas pessoas.
Sim, há pessoas que já nascem com uma sensibilidade mais apurada. Mas sensibilidade também se desenvolve, principalmente quando nos protegemos daquilo que nos embrutece.
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