Algum leitor pode estar pensando: "Forçou!". E esse leitor estaria enganado. A ópera não é mais do que isso: uma estória (uma trama) que nos é transmitida através de música cantada e de uma interpretação cênica. Tudo simultaneamente. Sim, a obra (ópera, em italiano) é também teatro, com direito a cenografias de cair o queixo. E a força da ópera provem daí. Vejam com que força o personagem Nemorino - um camponês loucamente apaixonado, mas sem ter seu amor correspondido -canta, diante da sacada da casa da amada, na célebre ária Una furtiva lacrima que, de amor, se pode morrer. Adina, a amada, encontra na platéia a multidão de pessoas que torce pelo final feliz. A ópera possui a capacidade, atrevo-me a dizer, de eternizar seu enredo na vida pessoal de cada um, sejam conflitos ou alegrias. O recado é imensamente positivo. Ninguém diria, e nem sequer se atreveria a pensar, acredito eu, que a mesma mensagem seja veiculada em uma novela, ou em um BBB da vida...
Neste sentido, é louvável a parceria realizada entre a Royal Opera House, de Londres (www.roh.org.uk) e a rede Cinemark (www.cinemark.com.br) ao trazer às salas de cinema do Brasil a temporada 2012 desta que é considerada a mais contemporânea de todas as casas de ópera. Serão 8 espetáculos, todos legendados em português, e com direito a toda tecnologia áudio-visual que se tem direito. A diretora de marketing da Cinemark Brasil - Bettina Boklis - espera atingir a todos, incluindo o público jovem, unindo espetáculos de qualidade inquestionável a um formato mais próximo do cotidiano de muitos. O ballet Romeu e Julieta e Giselle, as óperas Rigoletto, Così Fan Tutte, Cinderella, entre outros, acontecem entre fevereiro e maio, em mais de 30 complexos de todo Brasil.
Paralelamente, a UCI (www.ucicinemas.com.br) estará, no próximo dia 31 de março, a partir das 18h, em diversos cinemas de diversas capitais brasileiras (SP, RJ, PR, MG, entre outras) levando o aclamado concerto de Gustavo Dudamel para as salas de cinema do Brasil. O concerto, que uniu as orquestras Filarmônica de Los Angeles e Simon Bolivar em Caracas, Venezuela, foi gravado no último mês de fevereiro no Teatro Teresa Careña.
As duas orquestras combinadas com múltiplos corais e solistas interpretarão a "Sinfonia dos Mil", de Gustav Mahler, a apoteose das sinfonias românticas. Recém-premiado com um Grammy, Dudamel realizou um sonho ao se apresentar novamente em sua cidade natal, com mais de 1.400 músicos no palco, duas orquestras de uma vez só.