Também levou a estatueta o diretor Milos Forman, que utilizou como roteiro a peça homônima escrita pelo próprio roteirista do filme, Peter Schaffer. As origens, no entanto, do duelo Mozart x Salieri retratado no filme - e todas as conseqüências da inveja de Salieri por Mozart - radicam-se no texto Mozart e Salieri do poeta russo Alexander Pushkin, que também levou o músico Rimsky-Korsakow a escrever ópera baseada no tema. Como se pode perceber, quando o assunto é inveja... (ler artigo).
Mas o compositor Antonio Salieri (Legnano, 1750 - Viena, 1825), seis anos mais velho que Mozart, não é o que o filme retrata. Salieriera senhor absoluto da música e compositor oficial da corte do imperador José II da Áustria (por quase 40 anos) quando Mozart mudou-se para Viena. , compôs mais de 40 óperas, orientou músicos do porte de Beethoven, Czerny, Liszt, Hummel, Schubert, entre outros e, contrariando a versão cinéfila, admirava Mozart, o qual considerava um gênio.
Mas o que o diretor Milos Forman mesmo queria - e conseguiu! - foi fazer da música o ator principal do filme. Tudo gira em torno dela. E o filme o que pretende é debruçar-se sobre ela. E conseguiu. Mas sobrou no filme - em minha visão - aquelas gargalhadas frívolas e insistentes retratando um Mozart esvaziado. Isso não era necessário. E necessariamente também não corresponde à verdade.
Aqui, uma das cenas mais evidentes do início da relação tumultuosa entre Salieri e Mozart, como retratado no filme.