A obra, adaptada para o teatro, escandalizou e comoveu a sociedade européia da época. Giuseppe Verdi (1813-1901), fascinado pelo romance, decide transformar a peça em ópera, mudando o nome da heroína para Violetta Valery. O jovem apaixonado passou a chamar-se Alfredo Germont e o seu rival Varville.
A ópera, intitulada La Traviata, estreou em Veneza, em 1853, em retumbante fracasso. O público explodira em gargalhadas quando o médico anunciou a morte, por tuberculose em último grau, da esquálida Violetta, cujo papel era interpretado pela robusta soprano Fanny Salvini. O tenor estava rouco e o barítono totalmente apagado no papel do apaixonado Alfredo. Mas, no ano seguinte, a ópera foi novamente encenada, desta vez contando com uma linda, esguia e frágil Violetta, com êxito apoteótico e consagrando definitivamente a obra. Abaixo, dois momentos marcantes da ópera - o Brindisi e a morte de Violetta - em versão arrojada, realizada no Festival de Salzburg, com Anna Netrebko e Rolando Villazón nos papéis principais .
Alphonsine Plessis, ou Marie Duplessis, a verdadeira "La Traviata", está enterrada em Montmartre, e seu túmulo raramente fica sem flores: mãos desconhecidas ali colocam camélias, até hoje.