PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Música clássica decodificada

Filarmônica de Bruxelas abandona partituras por tablets

A jornalista Ana Carolina Papp, do Estadão, reportou intrigante decisão da Filarmônica de Bruxelas em abandonar as partituras "oficiais" (papel), entrando na era digital, de tablets. Será que os homens seremos substituídos por robots, algum dia?

Por Alvaro Siviero
Atualização:

 

A Filarmônica de Bruxelas foi a primeira do mundo a substituir partituras impressas por tablets. Durante um concerto com casa cheia no Centro Cultural Flagey, a orquestra jogou, na frente da plateia, suas partituras para o alto, trocando-as pelos aparelhos móveis. Em vez de virar páginas, os músicos, tocando obras de Richard Wagner e Maurice Ravel, simplesmente passavam os dedos pela tela.

PUBLICIDADE

Em parceria com a Samsung e a empresa de software neoScores, a orquestra que ganhou destaque por sua participação no filme mudo O artista (Oscar de "Melhor Trilha Sonora" neste ano) e pretende substituir nos próximos anos todas as suas partituras impressas por uma versão digital.

"Há poucos meses, a Samsung nos abordou e perguntou se poderíamos imaginar a execução de peças musicais com o uso de tablets", disse ao portal Deustche Welle Michel Tabachnik, diretor artístico da Filarmônica. "Enquanto tocamos, só precisamos encostar na tela, para virar a página. E podemos até mesmo escrever na partitura - anotar os movimentos de arco para as cordas, onde se deve tocar um 'forte', ou todo tipo de indicação musical. É algo totalmente novo."

Mais leve e barato. A ideia ainda é nova e passa por uma fase de adaptação, relata Tabachnik, mas as vantagens são notáveis: no tablet, centenas de partituras podem ser armazenadas em um lugar só, tudo pesando menos de 1 kg - uma vez que o peso da enorme quantidade partituras pode ser um problema para os músicos, além da dificuldade de manuseio. Outro ponto positivo é o preço: as partituras digitais são mais baratas. Segundo dados da própria instituição, a Filarmônica de Bruxelas gasta cerca de 25 mil euros por ano com a impressão de partituras e partes orquestrais.

"Posso levar o tablet todo dia no trem e ir olhando a partitura mais uma vez", relata à DW o violinista Stephan Uelpenich. "As montanhas de papel no meu arquivo em casa ficam supérfluas - todos os meus estudos cabem nesse aparelhinho, é realmente inacreditável."

Publicidade

Para ouvir mais depoimentos e informações sobre o projeto, assista ao vídeo abaixo, da BBC:

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.