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Música clássica decodificada

A faca que corta

O artista abre falência quando se auto-repete. É assim mesmo. Sempre o mesmo repertório. Sempre a mesma visão da obra (entenda-se aqui sempre a mesma interpretação). Sempre o mesmo de sempre. Uma falta de renovação gerada pela falta de novas idéias, pela falta do novo, pela falta da inovação. Sim, o artista é aquele que, acima de tudo, se reinventa.  E fica aqui o alerta a tantos grupos sinfônicos que, após anos de criação, não fornecem investimentos necessários na renovação da educação musical de seus membros. E faca que não está amolada não corta.  Investir no aprimoramento de um artista é investir na perpetuação da arte.

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Por Alvaro Siviero
Atualização:

A Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, composta por 90 bolsistas de 13 a 26 anos, está prestes a anunciar os vencedores da segunda edição do Prêmio Ernani de Almeida Machado, concedido a 5 bolsistas do grupo. Um deles levará R$ 60 mil para aprimorar seus estudos no exterior. Outros quatro premiados receberão ajuda de R$15 mil para a mesma finalidade. E unicamente para esta finalidade: aprimoramento artístico educacional. Sua primeira edição, em 2012, possibilitou o ingresso de um dos bolsistas no mestrado do Conservatório de Paris. E a premiação, com patrocínio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados que, por razões culturais pude pessoalmente conhecer sua sede em São Paulo, tem suas próximas 3 edições já garantidas. No Brasil, onde os recursos para formação musical erudita são escassos, a iniciativa é louvável, ainda mais sendo uma Orquestra Jovem - em sua concepção -o celeiro de novos integrantes para grupos sinfônicos profissionais. O anúncio dos vencedores acontece neste domingo, 27 de outubro, às 19h30, na Sala São Paulo.

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Dos 90 integrantes da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, 38 se inscreveram para esta segunda edição, com 15 finalistas.São eles:

 

NOME INSTRUMENTO
Ana Gabriela Lascano Flauta
Anderson Ancelmo Violino
André Ramos Sanches Fagote
Ariane Rovesse de Alencar Freitas Clarinete
Eder Henrique Souza Assunção Viola
Filipe dos Santos Esteves clarinete
Gustavo Nunes Juventino clarinete
Johann Cardoso Marianno Pereira trompa
Layla Köhler Baratto oboé
Leanderson dos Santos ferreira trompa
Luana Cristina Bezerra de Oliveira percussão
Lucas Bernardo da Silva violino
Matheus Silva Mello violoncelo
Rafael do Nascimento Figueiredo contrabaixo
Wesley Santos Sampaio violoncelo

Para o diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina Cultura, Paulo Zuben, a iniciativa visa incentivar esses jovens músicos ao aprimoramento constante. "Essa parceria possibilita oferecer prêmios anuais aos melhores da Orquestra Jovem do Estado e ainda viabilizar o intercâmbio nas instituições de ensino de referência internacional. Abre portas para esses jovens e aproxima o contato com professores de renome. Um exemplo disso é o músico Rubens Celso Lopes Filho, de apenas 22 anos - vencedor da primeira edição -, ele é o primeiro percussionista brasileiro selecionado para o mestrado no Conservatório de Paris", destaca.

Após a premiação, aos presentes, um concerto cheio de emoção proporcionado por esses jovens músicos, que são futuro da música brasileira.

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