.DOC - Você chegou a escrever que a 19a edição do É Tudo Verdade seria de "tributos e de revelações". Agora que o festival terminou em São Paulo e no Rio, como avalia esta edição? Amir Labaki - Acho que o arco estilístico foi mais amplo, no programa como um todo. A própria premiação espelhou isso.
.DOC - Vê alguma nova tendência na produção não ficcional brasileira? E na internacional?Amir Labaki - Em ambas, o diálogo com outras artes, inovando as estruturas narrativas não-ficcionais.
.DOC - Pode falar um pouco sobre "Homem Comum" e "Borscht, uma receita russa", os brasileiros que venceram os principais prêmios deste festival? Amir Labaki - Acho que vale destacar de saída duas coisas: 1. são filmes formalmente muito distintos; 2. o vencedor da disputa de longas, Carlos Nader, saiu vitorioso pela segunda vez na história do festival; já a vitoriosa entre os curtas, Marina Quintanilha, venceu com seu filme de estreia - este contraste me parece muito saudável.
.DOC - E quanto aos tributos? Sente que há bastante interesse ou o público do festival se interessa mais pelas novidades?Amir Labaki - Sim, há um interesse intenso pelas retrospectivas e homenagens. É natural porém que as sessões mais procuradas sejam as de estreias, especialmente as brasileiras. Por vezes, combinamos ambos, como na homenagem a Leon Hirszman com o lançamento de "Posfácio -Imagens do Inconsciente", em parceria com o IMS, e tanto em São Paulo quanto no Rio a presença de público superou a lotação das salas.
.DOC - Já pode adiantar alguma ideia para o festival do ano que vem? Alguma comemoração especial pelos 20 anos? Amir Labaki - Há que celebrar a marca de duas décadas. Estamos estudando qual a melhor maneira de fazê-lo.