Traduções, ou a falta delas

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Por Redação
Atualização:

O site Publishing Perspectives traz uma análise de Emily Williams sobre por que é difícil publicar estrangeiros nos EUA. Sim, ela também era anônima para mim até eu ler o texto, e não, não tentarei resumir o que a tornou especialista (ela dedica uma página a definir  um literary scout, ocupação que "nem familiares entendem").

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Dito isto, a análise tem pontos interessantes. Cheia de princípios bairristas, é fato, como o argumento de que é irrelevante o"estereótipo" de americanos ilhados no que diz respeito a cultura... Mas, enfim, os empecilhos, segundo ela:

1. Os "imperdoáveis" cálculos econômicos que editores têm de fazer para colocar uma tradução no mercado (sobre isso, a sugestão é esse texto aqui).

2. O baixo número de editores americanos que falam outras línguas. Falar inglês, ela argumenta, é básico para editores de outros países, já que eles dependem disso para conhecer sucessos como Michael Crichton e Danielle Steele e, de lambuja, podem avaliar autores menos disseminados.

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 Foto: Estadão

3. O fato de livros virem de tantos países e em tantas línguas, o que torna difícil a especialização em mercados específicos.

Senti falta de comentários sobre o que de fato ganha tradução nos EUA. Um editor que se especialize no mercado em língua espanhola não estará bem lidando com algo específico demais. Anyway, qualquer um que fale espanhol ou alemão já tem um belo panorama estrangeiro a investigar.

Agora, pensando no mercado brasileiro, é preciso dividir a culpa com os americanos que não falam outra língua. Foi um ponto destacado por gringos num mapeamento do Itaú Cultural que ainda engatinha e sobre o qual já escrevi. Pesquisadores de literatura brasileira no exterior têm de recorrer a jornais brasileiros para saber o que sai por aqui --por curiosidade, os EUA é o país onde nossa produção é mais estudada. Falta uma entidade com o escopo de um Instituto Goethe (Alemanha) ou um Cervantes (Espanha) para divulgar a produção nacional em outros países. Fundação Biblioteca Nacional? Vai perguntar se algum gringo já ouviu falar...

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