Nenhum conhecimento literário me preparou para interpretar a estrutura acima, mas soube agora que ela diz muito sobre mim e, provavelmente, sobre você, se você é frequentador desta e de outras bibliotecas.
Essa coisa aí é a lignina, substância que dá rigidez e impermeabilidade às células vegetais. Trata-se de um polímero formado por unidades que têm estreita relação com a vanilina - o principal composto da baunilha.
Quando transformado em papel e estocado por longos períodos, esse polímero se quebra e... passa a cheirar bem. O que explica por que não há rinite capaz de impedir alguém de ser feliz num sebo.
Seria tal artifício "uma forma subliminar que a providência divina encontrou para atiçar nossa fome por conhecimento"? É esse o chute (de brincadeirinha, é claro) do cientista Luca Turin e da especialista em perfumes Tania Sanchez, que explicam todo o mecanismo com muito mais classe no livro Perfumes: The A-Z Guide, publicado lá fora faz uns anos.
E eu nem sabia que gostava assim de baunilha.
(Vi lá no Trabalho Sujo.)