Fala, boteco

Prestes a deixar o trabalho, recebo um livrinho da Hedra, A Voz dos Botequins e Outros Poemas, de Paul Verlaine (1844-1896), com seleção e tradução de Guilherme de Almeida (1890-1969). Para inspirar o fim de semana.

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Por Redação
Atualização:

 Foto: Estadão

 

A Voz dos Botequins

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A voz dos botequins, a lama das sarjetas Os plátanos largando no ar as folhas pretas O ônibus, furacão de ferragens e lodo, Que entre as rodas se empina e desengonça todo, Lentamente, o olhar verde e vermelho rodando, Operários que vão para o grêmio fumando Cachimbo sob o olhar de agentes da polícia, Paredes e beirais transpirando imundícia, A enxurrada entupindo o esgoto, o asfalto liso, Eis meu caminho - mas no fim há um paraíso.

***

Ao paraíso, pois.

 Foto: Estadão

(Verlaine também arriscava uns traços; o desenho no alto, feito por ele, é de Rimbaud, de quem era amante. A foto acima é só ilustrativa - a gente chama em jornal de "foto calhau" - do bar Bezerra, na Vila Romana, um mini-Frangó na variedade de cervejas. Hoje serve qualquer um do gênero.)

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