Série documental da HBO traz a juventude sob diferentes olhares

‘Outros Tempos Jovens’, do canal MAX, retrata a fase da vida com temas tabus e personagens anônimos e famosos

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Por Pedro Rocha
Atualização:

Falar com e para a juventude não é uma tarefa fácil, mas é o desafio que encara a série documental Outros Tempos Jovens que estreia nesta quinta-feira, 24, no canal pago MAX, da HBO, às 23h, abordando temas tabus e diferentes pontos de vista. 

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O programa segue uma fórmula já experimentada no ano passado com outra faixa etária, o Outros Tempos Velhos, para falar da vida após os 60. Nesta nova temporada, a faixa etária é entre os 15 e os 29. “Assim como no Velhos, tomamos a decisão de só mostrar personagens nessa faixa etária e deixar os especialistas fora da câmera”, explicam ao Estado o produtor Beto Gauss, da Prodigo Filmes, e Giuliano Cedroni, que assina a direção-geral com Caito Ortiz. Os pais também só foram entrevistados fora das câmeras. 

++ ‘13 Reasons Why’ leva discussões sobre bullying e abuso para a segunda temporada

Algumas mudanças, porém, foram feitas para a nova temporada. Na anterior, a cada episódio, era mostrada a história de um personagem anônimo e um famoso. Agora, cada um dos oito episódios segue um tema, mas ainda contando com a presença de nomes de peso, como a cantora transexual Liniker ou as youtubers Jout Jout e Malena Nunes. Para isso, nenhum tabu ficou de fora. A série começa falando de aplicativos de relacionamento e segue com a questões como identidade, casamento, e suicídio - todos os temas foram escolhidos após uma pesquisa de quatro meses. “Não utilizamos um critério exato, mas a pesquisa nos fez acreditar que esses temas são os mais importantes para os jovens.”

A cantora Liniker em cena da série documental'Outros Tempos Jovens', do MAX. Foto: Manoela Chiabai

Apesar de ser visto na ficção na série 13 Reasons Why, o tema do suicídio entre os jovens ainda é um dos grandes tabus. “O tema é delicado e o mais complicado é lidar com os personagens. “São jovens que lidaram com o suicídio, de alguma forma, muito recentemente, e ainda estão fragilizados”, analisa Giuliano. Como cuidado, a produção fez todas as entrevistas para este episódio na companhia de uma psicóloga, que chegou até a recomendar a exclusão de alguns personagens da série para preservá-los. “É algo muito inédito no Brasil, de uma forma que nunca foi falada.”

Para uma maior pluralidade, cada episódio teve um diretor diferente, mantendo uma linguagem voltada aos jovens, mas sem excluir os pais. “A linguagem pode interferir, mas os temas superam qualquer barreira de idade”, diz Beto. “Para os pais, vão cair algumas fichas sobre a juventude, assim como caíram para nós durante a pesquisa.”

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