Segunda temporada de 'Rectify' mantém mistério sobre crime

Atriz Abigail Spencer fala sobre nova fase da série sobre homem acusado de assassinato que deixa o corredor da morte

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Por João Fernando
Atualização:

Se um ‘quem matou?’ pode durar 200 capítulos de uma novela, a situação não é tão diferente em Rectify, série cuja segunda temporada estreia este domingo (28), às 14 horas, no Sundance Channel. A atração, cuja terceira etapa já está em pré-produção, nos Estados Unidos, segue mostrando a adaptação ao mundo fora das grades de Daniel Holden (Aden Young), um homem que passou 19 anos no corredor da morte sob acusação de estupro e assassinato de sua namorada na adolescência. Entretanto, depois de novas amostras de DNA, ele é solto.

A primeira fase acompanha - bem devagar - os primeiros passos do protagonista de volta ao mundo exterior, em que até um aparelho de DVD causa estranheza por não ser comum na época em que ele que foi preso. Nem ele tem certeza do que aconteceu no passado. “A série não é necessariamente lenta. Eu sinto que ela mostra a experiência das pessoas que o cercam após o retorno dele”, defende Abigail Spencer, intérprete de Amantha, irmã de Daniel, que abriu mão de sua vida para o ajudar a sair da cadeia.

Amantha, papel de Abigail (de mão no queixo), se sobressai ao irmão Daniel (E) Foto: Sundance/Divulgação

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Nos novos episódios, a trama do protagonista dá lugar às vidas dos parentes e moradores da pequena cidade de Paulie, onde todos o conhecem e têm diferentes opiniões sobre a culpa pelo crime. “A segunda temporada é mais sobre os outros, vamos mais a fundo em cada um. Há muito o que desenvolver nessa nova maneira de contar histórias na televisão”, analisa a atriz, que conversou com o Estado por telefone.

Além de opiniões divididas na família, a presença de Daniel na cidade causa desconforto nas autoridades locais, como os policiais e o senador Roland Foulkes (Michael O’Neill), que o quer de volta ao presídio. Enquanto isso, o público descobre que os outros personagens também têm segredos intrigantes. “Acho que essa série é a mais confortável e, ao mesmo tempo, desconfortável de se assistir. É como se cada um estivesse preso em uma caixa, querendo ficar trancado, como se os personagens também estivessem em um corredor da morte. Todos são afetados por ele.”

Abigail não vê diferença entre as reações dos moradores da cidade, que fofocam sobre o fato de o ex-presidiário estar de volta às ruas, e o comportamento nas redes sociais, em que as pessoas gostam de opinar sobre a vida de figuras que estão na berlinda, às vezes, de maneira agressiva. “O programa é atemporal. As pessoas falam sobre a vida das outras mesmo sem as redes sociais. A internet virou uma pequena cidade, só que global”, reflete a atriz, que evita falar sobre as imagens íntimas que vazaram após um hacker invadir a conta dela em um site de armazenamento de dados.

O sucesso de Recfity superou as expectativas dos produtores. Abigail diz que não sugere aos roteiristas o que escrever sobre sua personagem. “Não há muita conexão entre os atores e eles, que, afinal, são ocupados”, esquiva-se. Vista em produções como Mad Men e Suits, ela estará na segunda temporada da badalada True Detective, da HBO. “Estou gravando agora, mas não posso contar nada”, disfarça. A nova fase da atração terá uma história completamente diferente da anterior. Desta vez, a história trata da relação de três policiais e um bandido em uma rede de conspiração. 

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