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'Que Monstro Te Mordeu' chega ao ar nesta segunda-feira

Série segue a receita que soma educação e diversão

Por Cristina Padiglione
Atualização:

No momento em que se celebram os 20 anos do Castelo Rá-Tim-Bum, série infantil mais bem-sucedida da história da TV Cultura, Cao Hamburger, seu diretor, apresenta sua mais nova cria: a série Que Monstro Te Mordeu estreia nesta segunda-feira, na mesma TV Cultura, com exibição de segunda a sexta, às 11h30 e às 19h30. A TV Rá-Tim-Bum, canal pago da Fundação Padre Anchieta, também coloca o título no ar de segunda a sexta, às 13h30 e às 20h30.

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Antes de mais nada, Castelo e Monstro são produções de enredos muito distintos. O roteiro de Nino, Tio Vitor e cia. era guiado por elementos externos da curiosidade infantil. Já o terreno de Lali, personagem meio humana meio monstro, vivida por Daphne Bozaski, é norteado por conflitos e sentimentos internos. É latente, no entanto, que o DNA de ambos os títulos seja o mesmo.

“O estúdio, assim como no Castelo, é 360º. O profissional (Paulo Andrejco) que veio de Nova York pra fazer os bonecos disse que nunca tinha visto um cenário como aquele e que isso seria ótimo para a movimentação dos bonecos”, conta Cao. E, se no Castelo os bonecos ficavam presos a um canto - vide a cobra Celeste e o Mal - agora é dada aos monstros total liberdade de locomoção. “De alguma forma, o Castelo nos deu inspiração e experiência para o que fizemos agora”, conclui.

Artesanal. Bonecos que interagem com Daphne Bozaski foram feitos por Paul Andrejco, do Muppet Show Foto: Divulgação

Os personagens foram desenhados pelo designer e diretor de criação Jum Nakao. A criação é assinada por Cao e Teodoro Poppovic, com produção de Matias Mariani e, fundamental, dinheiro do Sesi, que injetou R$ 14 milhões nos 50 episódios feitos para a TV e em 50 pílulas de dois a três minutos que serão veiculadas pelo YouTube, com publicação às terças e quintas. 

O material feito para a web traz clipes da trilha sonora, que conta com Clarice Falcão, Jorge Mautner e Tim Bernardes, bastidores da série, como oficinas de monstros, receitas culinárias de comidinhas citadas em cena, charadas e musicais.

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“Um programa educativo precisa ter entretenimento, isso é o mais difícil e acho que a gente conseguiu”, atesta Cao. Mas não confunda “educativo” com conteúdo escolar. “A ideia é falar de sentimentos.” 

A cada episódio, uma criança do mundo dos humanos desenha um monstro. Pode ser o monstro do medo, do escuro, do ciúme, ou da preguiça. A criação no papel toma forma em animação 3D e a criatura ganha vida no Monstruoso Mundo dos Monstros. É o Doutor Z, monstro que habita seu laboratório nesse universo, quem identifica e cataloga cada criatura, com direito a aprendizado sobre o que cada um acrescenta à alma.

A convivência entre monstrinhos e Lali ocorre sem mediações. Não há redes sociais nem internet nesse mundo, com claro propósito de resgatar a importância de se relacionar com o outro, sem apoio de terceiros.

As semelhanças entre os monstros da série e as criaturas do Muppet Show não são coincidência. Paul Andrejco, afinal, também traz os Muppets no currículo. Às gerações mais novas, crescidas no rastro de tantas exibições do Castelo, os novos bonecos remetem ao Mal, outra figura que habitava o Castelo.

Produtores, criadores e investidores da nova série celebraram ainda um fator que pode não interessar muito ao telespectador, em especial às crianças, mas isso faz toda a diferença na realização do negócio: nascido na gestão anterior da Fundação Padre Anchieta, quando seu presidente ainda era João Sayad, Que Monstro Te Mordeu poderia ter sido sufocada por seu sucessor, Marcos Mendonça, como é comum ocorrer por divergências entre uma administração e outra. Mas a produção não só foi adiante, como honrou previsões de orçamento e prazo. Sorte nossa.

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