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'Mad Men' iniciou a conversa sobre desigualdade e assédio no trabalho', diz Christina Hendricks

Atriz que interpretou Joan destaca papel da série na discussão sobre assédio

Por Antonio Martín Guirado
Atualização:

LOS ANGELES — Christina Hendricks, a inesquecível Joan de Mad Men, disse em entrevista à Agência Efe ter orgulho da série por considerar que abriu o debate sobre desigualdade e assédio sexual, e após participar da produção por sete temporadas, garante ter hoje "mais confiança e resistência".

"Mad Men iniciou essa conversa sobre desigualdade e assédio sexual no trabalho. Durante muitos anos me perguntaram se estamos em uma melhor situação agora do que antes, e claro que acredito que sim, mas também falta muito trabalho pela frente", afirmou a atriz, de 42 anos.

Christina Hendricks na cerimônia do Globo de Ouro 2018, em janeiro Foto: REUTERS/Lucy Nicholson

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"Nossa série mostrou personagens críveis que experimentavam essas situações e mostravam as consequências. Isso dava aos espectadores várias perspectivas, portanto estou orgulhosa por termos começado essa discussão há algum tempo", acrescentou.

Na série, Hendricks interpretava uma secretária que, apesar de ascender na sua carreira dentro de uma agência de publicidade, via seus objetivos profissionais e seu salário serem prejudicados por ser mulher, inclusive quando seu trabalho salvava a imagem dos homens ao redor.

"Aprendi muito com ela. No início, era descrita como alguém com índole muito ruim, mas ela sempre considerava que estava ajudando os demais. Com o passar das temporadas, se tornou uma personagem muito forte, e acredito que sua confiança e resistência são qualidades que herdei dela", comentou.

Quase três anos se passaram desde a despedida da série, e de lá para cá Hendricks atuou no cinema com papéis em filmes como Demônio de Neon, Papai Noel às Avessas 2 e Os Estranhos 2, sequência do filme de terror dirigido por Bryan Bertino em 2008 que arrecadou US$ 82 milhões no mundo todo com um orçamento de apenas US$ 9 milhões.

"Sou uma fã enorme do primeiro filme, portanto quando me perguntaram se me interessava participar, não hesitei um só instante", afirmou a atriz, que interpreta uma mãe que, ao lado do marido e dos filhos, sofre o ataque de uma série de psicopatas mascarados.

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"Não sei por que demoraram tanto para rodar esta continuação. É um projeto que sempre quiseram fazer, mas o filme virou cult, e imagino que queriam ser muito cuidadosos com a sequência", acrescentou.

O longa é dirigido pelo britânico Johannes Roberts (Medo Profundo) e conta com Martin Henderson (O Chamado), Bailee Madison e Lewis Pullman no elenco.

Embora reconheça que gosta de sentir medo como espectadora, Hendricks revelou que atuar nesta produção foi uma experiência tão intensa que houve momentos em que chorou em pleno set.

"Sofri um colapso por um momento. Não há nada que me dê mais medo do que alguém decidir que quer tornar sua vida impossível simplesmente porque quer. Não é por vingança, não é um monstro... É alguém que vai te fazer mal porque assim quis. E isso me parece a coisa mais aterrorizadora do mundo", declarou.

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