Júri declara Bill Cosby culpado de agressão sexual

Comediante de 80 anos pode passar o resto de sua vida atrás das grades

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Por Redação
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O ator americano Bill Cosby é culpado de drogar e agredir sexualmente uma mulher há 14 anos, decidiu um júri da Pensilvânia nesta quinta-feira, 26, no primeiro julgamento de uma celebridade na era #MeToo.

Cosby, de 80 anos, pode passar o resto de sua vida atrás das grades quando o juiz decidir sua sentença por três crimes de agressão indecente agravada contra Andrea Constand, ex-funcionária da Universidade de Temple, em 2004.

O ator e comediante Bill Cosby Foto: TRACIE VAN AUKEN/ EFE

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Constand estava no tribunal de Norristown, no subúrbio de Filadélfia, quando o veredito foi lido depois de mais de 14 horas de deliberações durante dois dias, em meio a lágrimas de algumas pessoas na plateia.

O ator afro-americano, um pioneiro que quebrou as barreiras raciais na televisão e foi adorado por milhões por seu papel de pai amoroso na série de sucesso "The Cosby Show" (1984-1992), permaneceu em silêncio enquanto um membro do júri leu o veredito.

Uma condenação criminal e a possível prisão são um capítulo final devastador na carreira deste gigante da cultura popular americana do século XX, filho de uma empregada doméstica que se tornou o primeiro ator negro a ganhar um Emmy e a ocupar um papel de protagonista no horário nobre da televisão americana.

Cosby foi considerado culpado dos três crimes de agressão indecente agravada de que foi acusado: penetração sem o consentimento de Constand, penetração quando a garota estava inconsciente e penetração após ser drogada. Cada crime tem uma pena máxima de 10 anos.

O veredito foi anunciado depois que um primeiro julgamento foi anulado em junho porque o júri não chegou a um veredicto unânime após 52 horas de deliberações.

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Também encerra uma série de vitórias para o advogado Tom Mesereau, que ganhou fama ao obter a absolvição de Michael Jackson por abuso sexual de crianças em 2005, mas não conseguiu salvar Cosby.

O caso, sem evidências físicas, reduziu-se basicamente à palavra de Cosby contra sua vítima, e dependia essencialmente da credibilidade que o júri depositou sobre Constand, de 45 anos.

Ao longo do julgamento, a defesa acusou Constand, de 45 anos, de ser uma "vigarista" que perseguiu um pai solitário e aflito e de acusá-lo falsamente para conseguir um acordo civil de 3,38 milhões de dólares em 2006.

Já os promotores do condado de Montgomery levaram cinco mulheres, que testemunharam que Cosby era um estuprador em série e um predador sexual que se aproveitava de mulheres muito mais jovens que o admiravam, drogando-as e abusando delas.

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