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Hélio de la Peña diz que pretende fazer novelas

Com papel em 'Segunda Dama', humorista prepara novos programas

Por João Fernando
Atualização:

A expectativa de ouvir uma piada pode ter passado pela cabeça de quem bateu o olho em Hélio de la Peña ao assistir à Segunda Dama, série que a Globo exibe nas noites de quinta. Na pele do chefe do tráfico Edimúcio e ex-namorado da protagonista Marali (Heloísa Périssé), o integrante do Casseta & Planeta não tem mais a função de fazer graça com o telespectador. "Ele não está se jogando no campo da comédia rasgada que está a série. Fui chamado para um papel que é um desafio para mim, pois não era a comédia da história. A característica principal dele é a dor de corno e o desejo de resgatar o amor da Marali. Ele não está fazendo rir tanto. É interpretação mais contida." Pela primeira vez na TV, o humorista desempenha um papel em que não é o criador do texto, o que o deixa mais reticente. "Estou trabalhando com uma galera nova. Resolvi abrir essa porta e ver o que tinha dentro. Você tem de estar atento para ver cada nuance do texto, não pode forçar a barra", explica. Hélio cogita atuar em novelas. "Isso não é uma hipótese descartada. Nunca tinha pensado nisso nem recebido convites. Pode acontecer de eu ser chamado para uma. Se eu achasse que poderia haver humor, iria, pois o programa (Casseta) tinha um tom farsesco”, palpita o comediante, sem temer a vingança dos autores das tramas que ele tanto tirou sarro no passado. "Eu encararia. Tenho de ter cuidado para não fazer uma paródia dentro da própria novela", disse ao Estado.

Seus companheiros de TV continuam a se reunir no escritório que o grupo mantém, no Rio. "Nós seis não temos pretensão de voltar com um programa. Podemos fazer outras coisas. Estamos na criação de ideias com outras parcerias. Estamos sendo chamados para atuar em outros produtos da emissora", conta. Uma das missões do carioca é a reformulação das atrações das manhãs de sábado da Globo, em um projeto com o nome provisório de Como Será?, que aborda temas como ecologia e cidadania. Do time de humoristas atualmente na TV, ele enxerga a turma do Tá no Ar como sucessores do Casseta. "Hoje, existe uma liberdade maior. Eles podem falar de outros canais, de produtos. Tirando Casseta & Planeta Vai Fundo (exibido em 2012), o Casseta & Planeta Urgente trabalhava o horário nobre bem depois da novela. Tinha de ser bem popular. Como o Tá no Ar é apresentado mais tarde, pode se dirigir a um público mais restrito, sem se preocupar se as pessoas estão entendendo ou não a piada, se têm a referência daquele quadro. Os caras são muito talentosos e criativos", derrete-se. Este mês, Hélio se juntou aos antigos colegas para comentar a Copa no SporTV e passa o tempo assistindo às partidas. "É uma obrigação muito boa ter de assistir a todos os jogos. Vai ser a Copa em que mais vou ver jogos em estádio", afirma ele. O campeonato de 2006, o último que o pessoal do Casseta acompanhou in loco, "no segundo jogo do Brasil, o Bussunda morreu e voltamos. Fiquei muito mal. O registro do Bussunda deixou a coisa nebulosa, não tenho registro de como foi a Copa", relembra. Entusiasta do futebol, ele diz que o País tem chance. "Um dos problemas é que o Brasil está muito dependente do Neymar. É possível chegar à final, mas não vai ser fácil."

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