Garibaldo ganha amiga local

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Por Alline Dauroiz
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Chegou ao fim a espera de quase 30 anos pela volta da vila mais famosa do mundo. Estréia amanhã, na TV Cultura, a nova Vila Sésamo, série que cativou a criançada dos anos 70 e lançou a hoje internacional Sônia Braga. Sucesso em cerca de 120 países, a co-produção entre Cultura e Sesame Workshop, ONG educacional que detém os direitos do programa, traz a turma do grande pássaro Garibaldo de volta ao Brasil com novo formato, novo cenário e uma personagem criada exclusivamente para o País: Bel, uma espevitada monstrinha pink de 3 anos. Juntos, ela e Garibaldo farão brincadeiras, charadas e darão aulas sobre alfabetização, meio ambiente e amizade. Tudo com o objetivo de familiarizar o público infantil de 3 a 6 anos com os números, letras, sons, cores e livros, além de aguçar a imaginação, o raciocínio e a curiosidade dos pequenos. Ênio, Beto, Elmo, Come-Come, Zoe e os outros personagens famosos no Sesame Street (nome original da vila) também aparecerão, mas sempre em quadros gravados no exterior. Como manda a tradição na Vila Sésamo, não poderiam faltar as danças e canções. Na nova edição haverá um quadro de clipes inéditos com músicas nacionais, interpretadas por artistas como Vanessa da Mata (que canta a canção de abertura) e Zeca Baleiro. Crianças anônimas também entram em cena. Para retratar diferentes costumes, culturas e brincadeiras brasileiras, serão apresentados minidocumentários gravados com meninos e meninas de diversas regiões do País. Assim, será possível conhecer, por exemplo, a vida de crianças indígenas e de comunidades ribeirinhas da Amazônia que usam barcos como meio de transporte, a rotina de quem mora na fazenda e vai à escola de charrete, ou ainda crianças que fazem parte de projetos de cultura afro na Bahia. Nessa primeira etapa da volta da turma às telinhas, que terá 78 episódios, foram investidos R$ 2 milhões. "É um investimento considerável, mas não muito grande se comparado à qualidade e finalidade educativa do programa", afirma o diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, Paulo Markun. Para o início do ano que vem está prevista a estréia da série no canal pago TV Rá Tim Bum, também da Fundação. REGRAS PRÓPRIAS Durante o longo período em que o Vila Sésamo ficou longe da TV brasileira diferentes emissoras tentaram ressuscitar o programa. Em 2003, o Canal Futura chegou a anunciar que havia fechado contrato com a Sesame Workshop. Mas a negociação não foi adiante. A Cultura começou a namorar o projeto há coisa de três anos. Para o coordenador de Marketing da Fundação Padre Anchieta, Cícero Feltrin, a demora na volta da turma ocorreu porque a Sesame não encara o Vila Sésamo como um programa, mas como um movimento. "A lógica deles não é comercial e, por isso, não pensam em ter maior faturamento. Eles levam em conta qual importância o projeto terá para o canal e se a proposta é compatível com os objetivos da organização." Os países que exibem Vila Sésamo devem seguir rigorosamente os preceitos pedagógicos da entidade. Não é permitido veicular anúncios durante a atração - nem dos produtos licenciados pela marca. Aqui, os patrocinadores terão três minutos diários em uma hora para exibir suas marcas em mensagens educativas. Para Feltrin, o que mais demandou tempo foi a definição do quanto seria feito no País. "Hoje são 20% de produção nacional, mas isso pode subir nas próximas edições da série."

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