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Fernando Coimbra estreia sexta-feira, na Netflix, seu longa 'Castelo de Areia', sobre a guerra

Diretor diz o que o atraiu no roteiro de Chris Roessner

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

É a pergunta que não quer calar. Como Fernando Coimbra virou diretor internacional e saiu do interior de São Paulo - Ribeirão Preto - para fazer, para a Netflix, um filme sobre a Guerra do Iraque que estreia nesta sexta, 21, no Brasil? Quando esteve na redação do Estado, na semana passada, para conversar com o repórter - o vídeo está disponível na TV Estadão -, o filme ainda não havia ido ao ar nos EUA. Coimbra contou sobre o factual, mas estava mais interessado no olhar do outro. Ainda não tinha distanciamento suficiente para falar criticamente de Sand Castle, Castelo de Areia. Mas ele sabe sobre o impulso que está sendo para sua carreira dirigir os astros das franquias X-Men e Superman, Nicholas Hoult e Henry Cavill, ambos britânicos.

No front. Filmagens na Jordânia, buscando o máximo de similaridade com o Iraque Foto: Nick Wall/Netflix
Diretor. 'Cenas de ação de 'Narcos' me prepararam para 'Castelo de Areia'' Foto: Werther Santana/Estadão

Como tem sido para Coimbra acompanhar a distância tudo o que ocorre no Brasil? “Por um lado é bom estar imerso no trabalho, num outro contexto. Todas essas informações chegam residualmente. Mas é uma coisa que não acaba nunca. Cada dia é uma novidade. Durante todo esse processo, vim ao Brasil algumas vezes, fiz passeatas. O negócio é acreditar que, de tudo isso, surgirá um País melhor.” Já que a parceria dele com Leandra Leal foi tão boa em Lobo Atrás da Porta, ela estará na próxima ficção brasileira de Coimbra? “Não, mas com certeza quero voltar a trabalhar com Leandra. Ela é maravilhosa.”

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Corte de cabelo aqui, palácio ali, são muitos problemas 

Houve um momento em que a grande preocupação de Fernando Coimbra, o diretor brasileiro de Castelo de Areia, era o cabelo de Henry Cavill. “Ele quis fazer o filme justamente porque lhe oferecia uma alternativa a Superman, mas nossa filmagem ocorreu entre duas produções com o super-herói. E como ele interpreta um militar, era necessário que cortasse o cabelo, mas isso não podia interferir com o cronograma dele.”

Coimbra não poupa elogios a Cavill. “Ele é muito focado, e o melhor de tudo é que o filme conta a história de um pelotão. Henry se entrosou com Nicholas (Hoult) e com o restante do grupo. No hotel, entravam pela madrugada como um típico grupo de amigos que, pela manhã, iria partir para o combate.” Nicholas Hoult, até por estar no projeto desde o começo, era o mais entusiasmado. Só para lembrar, é o ator que faz a Fera/Hank McCoy em X-Men e Nux em Estrada da Fúria. “Quando começamos a filmar, ele vinha de uma temporada de seis meses filmando com George Miller (diretor da série ‘Mad Max’) no deserto da Namíbia.”

Hoult trocou um deserto pelo outro. “Por causa da logística e segurança, filmamos na Jordânia, buscando o máximo de similaridade com o Iraque.” Ao contrário de Narcos, que teve Lula Carvalho como diretor de fotografia, a equipe técnica agora era 100% americana. “Todos grandes profissionais.” Uma locação particularmente complicada foi o palácio (fictício) de Saddam Hussein. “O que parece um só lugar é a soma de várias locações.”