Frasista de primeira linha, a atriz Mae West costumava dizer: “Quando sou boa, sou muito boa, mas quando sou má, sou melhor ainda”. Excluindo a conotação sexual, a frase serve para ressaltar nosso apreço pelos personagens ruins, malvados, desumanos. E, quando vivido por atrizes de gabarito, esses personagens se tornam antológicos. Uma das mais icônicas foi Odete Roitman em Vale Tudo, na interpretação marcante da atriz Beatriz Segall. Agora o Caderno 2 quer saber: qual foi a vilã que conseguiu conquistar um espaço especial no seu coração? Veja a seguir a lista das mulheres mais más das telenovelas, que ainda vivem na memória do grande público, e escolha a sua preferida!
CARMINHA (AVENIDA BRASIL)
A personagem vivida por Adriana Esteves foi um dos vários trunfos de Avenida Brasil, escrita por João Emanuel Carneiro e exibida em 2012. Desbocada, irritadiça, enganava o marido, o ex-jogador Tufão (Murilo Benício) com o amante Max (Marcello Novaes). Seus planos foram atrapalhados pela enteada Nina (Débora Falabella) que, com o nome de Rita, acaba conquistando o filho dela, Jorginho (Cauã Reymond). Adorável vilã, conquistou o Brasil com frases memoráveis como “Agora, quero ver tu me chamar de amendoim”, “Me serve, vadia!”, “Para de adubar o mundo com essa sua boca” e “Todo homem é um otário em potencial”.
LAURA (CELEBRIDADE)
Ao lado do namorado Marcos (Márcio Garcia) e depois de Renato Mendes (Fábio Assunção), Laura foi um grande momento de Cláudia Abreu. Sedutora, exibindo uma falsa desproteção, ela conseguia desarmar até as mulheres mais inteligentes e preparadas, em Celebridade, novela de Gilberto Braga que a Globo exibiu entre 2003 e 2004. Sua inveja a deixa fascinada por Maria Clara (Malu Mader), bem sucedida empresária musical.
MARIA ALTIVA (A INDOMADA)
Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque foi a antagonista da novela A Indomada, exibida pela Globo em 1997, em grande atuação de Eva Wilma. Uma mulher mesquinha, ambiciosa, falsa carola e grande pecadora. Puro ódio, ela descarregava sua raiva por todos os lados, mas sempre disfarçada de bondade. Zenilda (Renata Sorrah) e as mocinhas da Casa do Campo foram suas primeiras vítimas.
CLARA (PASSIONE)
Cara de anjo, alma de demônio, Clara Medeiros foi um trunfo na carreira de Mariana Ximenes, um dos destaque de Passione, novela de Silvio de Abreu que a Globo exibiu entre 2010 e 2011. Vulgar, despudorada, adorava posar de boa moça especialmente quando tramava contra Totó (Tony Ramos), auxiliada pelo cúmplice Fred (Reynaldo Gianecchini). Ao longo da trama, revelou-se uma assassina fria e meticulosa.
LAURINHA FIGUEROA (RAINHA DA SUCATA)
A novela, exibida em 1990, retratava o universo dos novos ricos e da decadente sociedade paulistana, da qual Laurinha Albuquerque Figueroa era grande representante: elegante, mas falida. Conhecida na alta sociedade, Laurinha (vivida por Glória Menezes) é muito mais nova que o marido e não esconde uma paixão pelo enteado Eduardo (Tony Ramos). Mesmo na lama, usa a elegância como disfarce para fazer suas maldades.
BIA FALCÃO (BELÍSSIMA)
Em grande interpretação de Fernanda Montenegro, Bia Falcão é a mulher que educou os netos para serem modelos de beleza na sociedade, mas jamais conseguiu domar sua intolerância. Vilã de Belíssima, novela de Silvio de Abreu exibida entre 2005 e 2006, revelou-se uma mulher perversa, dominadora, que pressionava a neta Julia (Glória Pires) a se parecer com a mãe. Com tanta maldade no currículo, Bia morreu no final da novela, quando seu carro caiu num barranco e explodiu.
FLORA (A FAVORITA)
Quem diria que a doce Patricia Pillar interpretaria uma mulher tão vingativa como Flora, em A Favorita, novela de João Emanuel Carneiro exibida entre 2008 e 2009. Depois de passar anos na prisão, acusada de assassinato do marido de sua irmã de criação, Donatela (Claudia Raia), Flora sai da cadeia em busca de tudo que lhe foi tirado, especialmente o carinho de Lara (Mariana Ximenes), sua filha biológica, que foi criada por Donatela. Sua vilania deixou saudade.
MARIA DE FÁTIMA (VALE TUDO)
Um caso raro: Vale Tudo teve duas vilãs de alto calibre, como Odete Roitman (Beatriz Segall) e Maria de Fátima, vivida por Glória Pires. Na trama de Gilberto Braga, exibida entre 1988 e 1989, Maria de Fátima era símbolo daquela pessoa que almeja o sucesso a qualquer custo, mesmo atropelando a ética, um contraponto à sua mãe, Raquel (Regina Duarte), que luta honestamente. Oportunista, ardilosa, tornou-se curiosamente admirada graças ao belo trabalho de Gloria Pires.
PERPÉTUA (TIETA)
O personagem que marcou a carreira da atriz Joana Fomm, em ótima interpretação. Falsa beata, extremamente conservadora e sempre de luto, Perpétua foi um dos trunfos de Tieta, novela de Aguinaldo Silva com Ana Maria Mortzsohn e Ricardo Linhares, e exibida entre 1989 e 1990. Irmã mais velha de Tieta (Betty Faria), a quem sempre odiou e a quem denunciou ao pai no passado, o que provocou sua expulsão da cidade, Perpétua cultivou também a curiosidade do público graças a uma misteriosa caixa branca que sempre mantinha cuidadosamente guardada. No final da trama, descobriu-se o que lá tinha o órgão genital de seu falecido marido.
NAZARÉ (SENHORA DO DESTINO)
Sucesso na internet, Nazaré Tedesco é prova do talento de Renata Sorrah. Vilã de Senhora do Destino, de Aguinaldo Silva e que a Globo exibiu entre 2004 e 2005. Nazaré é uma prostituta que, nos anos 1960, deseja se casar com o amante e mudar de vida. Nessa fase da novela, a personagem foi vivida por Adriana Esteves. Anos depois, vivida por Renata, tornou-se conhecida até internacionalmente. Nazaré tornou-se paixão popular por suas atitudes (o fato de se chamar de “gostosa pra caramba” diante do espelho), e frases absurdas (“Será um absurdo extinguir do planeta Terra a raça das songa mongas?” ou “Tô doidona, alucicrazy”). Tornaram-se clássicas também as cenas em que matou suas vítimas empurrando-as da escada.
ODETE ROITMAN ('VALE TUDO')
Quem matou Odete Roitman?, perguntava-se o público brasileiro, no mistério que marcou o fim de Vale Tudo, em 1989. Autoritária e presidente do grupo Almeida Roitman, Odete vivia em Paris e odiava o Brasil, para onde vinha apenas por necessidade. Revelou muitos conflitos com a irmã Helena (Renata Sorrah, também em atuação marcante), a quem não perdoava por sua fraqueza pelo alcoolismo. Em sua arrogância, Odete quer escolher os parceiros dos dois filhos e não pensa duas vezes em humilhar seus funcionários. Vilã de primeiro quilate.
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