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Clássico das 19h, 'Sassaricando' ganha releitura 30 anos depois

Daniel Ortiz atualiza comédia de Silvio de Abreu, de 1987, com mais romance e novos perfis, de Tancinha a Fedora

Por Cristina Padiglione
Atualização:
O autor Daniel Ortiz quer expor os contrastes de São Paulo Foto: RAMÓN VASCONCELLOS/DIVULGAÇÃO

Muita gente confunde Tancinha com Cambalacho, mas a personagem caricata de Cláudia Raia estava mesmo em Sassaricando, novela de Silvio de Abreu de 1987 que volta à baila a partir do fim de maio, na mesma faixa das 19h, com releitura atualizada por Daniel Ortiz. Tancinha ainda será Tancinha, agora vestida por Mariana Ximenes, mas a novela foi rebatizada como Haja Coração e até toma emprestados personagens de outras histórias de Silvio de Abreu, como a Shirley Manca, de Torre de Babel, agora vivida por Sabrina Petraglia.

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“Sempre quis escrever uma história sobre esse mosaico de cultura que é São Paulo, com bairros ricos ao lado de gente que trabalha dia e noite para sobreviver, com japoneses e comércios antigos ao lado de grandes shoppings”, conta Ortiz em entrevista ao Estado. “Pensei: Silvio já escreveu tanto sobre isso e tão bem, e eu comecei a gostar de novela vendo Jogo da Vida, Sassaricando, tenho a novela toda gravada em VHS. Falei: ‘quero escrever sobre essa São Paulo, esses contrastes todos, e aliar a uma novela que me marcou muito’. Então, é uma releitura, não é a mesma história”, conta. Releu a sinopse e tomou as rédeas ao seu modo de narrar. 

O autor sabe que não faltarão comparações com a trama original, especialmente em cima de Tancinha. “Acho que, quando o público assistir a Mariana da primeira vez, já vai comprar essa Tancinha dela. São atrizes completamente diferentes”, aposta. E, se no original os protagonistas eram Paulo Autran, Tônia Carrero e Irene Ravache, agora o protagonismo fica mesmo com Tancinha, Apolo (Malvino Salvador) e Beto (João Baldasserini). 

Marcelo Médici e Cláudia Jimenez são os abastados Abdala, do núcleo mais cômico Foto: RAMÓN VASCONCELLOS

Os risos estão assegurados pelo núcleo de Cláudia Jimenez, a abastada Lucrécia Abadala, casada com Marcelo Médici e irmã de Grace Gianukas. Lucrécia ainda é tia de Fedora, papel que foi de Cristina Pereira e agora, bastante distinto, está nas mãos de Tatá Werneck.

“Eu tenho um perfil mais romântico, mas mantenho a comédia, uma comédia mais romântica, como foi Alto Astral”, diz, referindo-se à sua novela passada, quando estreou como autor titular na Globo. “Na versão original, Beto não tinha irmã, agora tem a Cleo (Pires), que será Tamara, corredora de Fórmula Pick Up e antagonista da Tancinha. O Apolo do original é completamente diferente do meu, ele era meio antagonista do trio, esse é mais mocinho, e Beto, mais antagonista.”

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Apolo também quer ser corredor de Fórmula Pick Up. E, apesar da crise econômica, é fato que parte da classe mais pobre teve lá algumas conquistas materiais, o que talvez justifique a ascensão de Tancinha, moradora de um cortiço na versão original e agora abrigada por uma casinha de vila na zona leste.

A modernização da trama passa com honras pelo universo das redes sociais, tendo justamente Fedora como uma blogueira em busca da fama, e dos reality shows, com Ellen Roche no papel de uma ex-BBB que foi logo eliminada da casa.

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