PUBLICIDADE

Ambiciosa, 'Defiance' chega à segunda temporada

Série levou quatro anos e meio para ser desenvolvida

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

TORONTO - Uma visita ao set onde Defiance é filmada, em Toronto, dá uma amostra da ambição da série comandada pelo roteirista e produtor executivo Kevin Murphy, cuja segunda temporada estreou na sexta-feira, às 21 h, no canal Syfy. A produção ocupa vários estúdios, inclusive um coberto com tela verde, para cenas completadas pela computação gráfica - 30 ambientes virtuais diferentes foram criados na primeira temporada. Numa área ao ar livre foram construídos diversos prédios da cidade que dá título ao programa. O bordel NeedWant, por exemplo, é do tamanho de um bar de verdade, com uma árvore plantada no meio.Defiance, que é série e videogame, levou quatro anos e meio para ser desenvolvida, e é fácil de entender por quê. "Quase sempre esse tipo de série é baseado em um material preexistente. Nós inventamos tudo do zero, até mesmo o videogame, que foi feito paralelamente", disse Murphy. Numa Terra do futuro, que passou por uma radical transformação de seu solo, fauna e flora, os humanos dividem o espaço com sete raças de votans, ou alienígenas. Eles caíram no nosso planeta, que pensavam ser desabitado, fugindo da destruição de seu sistema solar. Depois de uma guerra com os humanos, muitos extraterrestres foram autorizados a viver na América do Sul (no Brasil, mais precisamente), onde hoje formam o Coletivo Votanis. A República da Terra fica baseada em Nova York. Em Defiance, construída sobre as ruínas de St. Louis, no meio do que eram os Estados Unidos, as raças votan convivem em certa harmonia com os humanos como a agora ex-prefeita Amanda Rosewater (Julie Benz) e o recém-chegado Joshua Nolan (Grant Bowler), que tem uma filha adotiva, Irisa (Stephanie Leonidas), da raça irathient.

A família mais poderosa da cidade são os Tarr, alienígenas da raça castithian. No final da primeira temporada, o patriarca Datak Tarr (Tony Curran) foi eleito prefeito, mas acabou cometendo um crime. A mulher de Datak, Stahma (Jaime Murray), também sujou as mãos de sangue - ela envenenou sua ex-amante Kenya (Mia Kirshner), irmã da então prefeita Amanda. No início da segunda leva de 13 capítulos, que se passa cerca de nove meses depois do último episódio, a República da Terra tomou o poder, na forma de Niles Pottinger (James Murray). O ator inglês não é a única adição ao elenco: Linda Hamilton (O Exterminador do Futuro) aparece como a mulher do ex-milionário dono das minas da cidade, Rafe McCawley (Graham Greene). Amanda está no comando do bordel antes gerenciado por sua irmã, e Nolan sai atrás de Irisa, que desapareceu. "Em linhas gerais, na segunda temporada, a questão é: o que você faz quando precisa se reinventar?", contou Kevin Murphy. "Cada um dos personagens sofreu grandes perdas no fim do primeiro ano. Datak não é mais o chefe do crime. Stahma não é mais a dona de casa bonita. O filho dos dois, Alak, não é mais só o garoto rico. Irisa não está mais no planeta. Nolan não tem mais filha, está solto no mundo procurando por ela, e entregou seu distintivo de mantenedor da lei. Amanda não é mais a prefeita. Kenya não está mais inalando oxigênio. E Defiance não é mais independente porque está sob o jugo da República da Terra." Neste segundo ano, o mundo de Defiance se expande. "Vamos visitar Los Angeles e ver o que aconteceu lá. A cidade foi inundada e os famosos letreiros de Hollywood estão cercados de água", revelou Murphy. A sétima raça votan, os gulanee, é finalmente apresentada. A República da Terra tenta dominar a cidade por meio da tecnologia e da informação, instalando câmeras em todas as partes.Defiance não tem medo de ousar nem quando se trata de temas controversos. Para Murphy, era importante retratar como normais os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo e a convivência entre as raças. Uma das personagens, Olfin, tinha dois maridos, por exemplo. "Eu ouço, às vezes, que é nojento ter garotas beijando garotas. Ok, não assista. Não significa que vamos tirar essas cenas. Espero que os fãs de ficção científica consigam superar esse tipo de pensamento. Seria incrível, porque significaria que fizemos algo de bom no mundo", acrescenta o produtor. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.