Prefeitura troca o comando da Fundação Theatro Municipal de São Paulo
Segundo a Secretaria de Cultura, o estopim da mudança foi a avaliação das contas do Instituto Odeon, que estaria sendo feita 'em meio a animosidades, um vaivém de informações, fofocas, vazamentos, posturas a serem condenáveis'
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Por João Luiz Sampaio
Atualização:
A Prefeitura resolveu trocar o comando da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. A demissão do diretor geral, assim como do diretor de gestão, foi publicada nesta terça-feira, 27, no Diário Oficial e está relacionada à recente avaliação das contas do Instituto Odeon, organização social responsável pela gestão do Municipal desde 2017.
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Segundo a secretária adjunta de Cultura, Regina Silvia Pacheco, o trabalho vinha sendo feito em meio a “animosidades, um vaivém de informações, fofocas, vazamentos, posturas a serem condenáveis”. “Optei por contratar pessoas de minha confiança, mais alinhadas à minha forma de trabalhar”, diz ela ao Estado. “Procurei profissionais com maior rigor e experiência no setor público e na avaliação de contas, capazes de analisar com isenção e sem violação de interesses, mas, sim, baseadas em questões técnicas.”
A relação entre o Instituto Odeon e a Secretaria Municipal de Cultura começou a se deteriorar no meio do ano passado. O Odeon reclamava da ingerência do então secretário municipal André Sturm no dia a dia da instituição e a secretaria, alegando irregularidades nas contas do Odeon, determinou à fundação que pedisse o fim do termo de colaboração a partir do qual a parceria havia se estabelecido.
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
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Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Fachada do Teatro Municipal de São Paulo, na região central da cidade, inaugurado em 1911 Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Entrada lateral do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Salão Nobre do Teatro Municipal de São Paulo, criado como espaço para a socialização do público Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Vista da área externa do teatro a partir da cúpula, hoje utilizada como local de ensaios Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Detalhe dos vitrais originais que adornam o salão de entrada e o Salão Nobre do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Cúpula do Teatro Municipal de São Paulo, espaço que já foi ocupado por oficina de cenários e hoje é local de ensaios para orquestra e coro Foto:
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Detalhe de escultura que adorna a escadaria principal do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Sala de espetáculos do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
O Viaduto do Chá e o Vale do Anhangabaú vistos da cúpula do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Detalhe dos camarotes da sala de espetáculos do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Escultura em homenagem ao compositor Carlos Gomes, localizada na Praça Ramos de Azevedo, ao lado do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Afresco no teto do Salão Nobre do Teatro Municipal de São Paulo, que passou por restauração no início dos anos 2000 Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Bar localizado no Salão dos Arcos, no subterrâneo do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Detalhe das portas que dão acesso ao Salão Nobre do Teatro Municipal de São Paulo, construídas com material trazido da Bélgica Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Corredores subterrâneos cortam as áreas sob o palco e plateia do Teatro Municipal de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
O fundo do palco do Teatro Municipal de São Paulo, com destaque para as varas de iluminação e de cenários Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Entrada do túnel que liga a Praça Ramos de Azevedo ao subterrâneo do Teatro Municipal de São Paulo, por onde circulava o ar na época da inauguração do... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Túnel que liga a Praça Ramos de Azevedo ao subterrâneo do Teatro Municipal de São Paulo, por onde circulava o ar na época da inauguração do espaço, em... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Da cúpula do Teatro Municipal de São Paulo, é possível observar vista privilegiada do centro de São Paulo Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Escadas laterais do Teatro Municipal de São Paulo: até os anos 1950, havia entradas específicas de acordo com o valor dos ingressos Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Terraço frontal do Teatro Municipal de São Paulo, ao qual se tem acesso pelo Salão Nobre Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Monitores e aprendizes responsáveis pelas visitas guiadas pelo Teatro Municipal de São Paulo, reunidos no bar localizado no Salão dos Arcos Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
No Salão dos Arcos do Teatro Municipal de São Paulo é possível observar a estrutura que dá sustentação ao teatro, construída com tijolos que vieram da... Foto: Tiago Queiroz/EstadãoMais
Por dentro do Teatro Municipal de São Paulo
Placas acústicas instaladas no teto da cúpula do Teatro Municipal de São Paulo, para facilitar os ensaios de orquestra e coro Foto: Tiago Queiroz/Estadão
Em janeiro, com a saída de Sturm, o novo secretário Alê Youssef determinou que fosse suspenso o processo de distrato entre fundação e Odeon e instaurou um grupo de trabalho para avaliar as contas do Odeon, do qual fazia parte a então recém-empossada nova direção da fundação, que passava a ter Ricardo Fernandes Lopes como diretor geral e Homero Souza de Freitas como diretor de gestão. Os dois foram demitidos nesta terça e o nome de Maria Emília Nascimento Santos foi anunciado para a direção geral.
O grupo de trabalho informou, no dia 5 de junho, em publicação no Diário Oficial, que aprovava com ressalvas a prestação de contas de 2017, mas reprovava a prestação de 2018, dando ao instituto prazo para esclarecer os pontos levantados, que se esgota no final de setembro. No que diz respeito a 2018, afirma que foram identificadas, na conduta do Odeon, “evidências de: ações antieconômicas, atos temerários em relação à gestão dos recursos públicos, insuficiência na apresentação de informações, impropriedades e falta de natureza formal nos registros apresentados, inconsistências de valores e a não transparência na utilização do erário.”
Em nota oficial, o Instituto Odeon afirmou que “vem respondendo a todos os questionamentos feitos pela comissão de maneira objetiva, transparente e fundamentada, sempre respeitando os prazos estabelecidos”. “Temos toda a documentação que comprova a correção de todos os gastos e ações à frente do Theatro Municipal. O Odeon sempre pautou sua atuação em princípios éticos e no cumprimento da lei. É assim desde o início de sua gestão frente ao Theatro Municipal”, diz o texto.
Segundo Regina Silvia Pacheco, a secretaria aguarda as respostas do Odeon, dentro do prazo legal (que se encerra no dia 28 de setembro) para tomar as medidas cabíveis. “Mas isso sem ilações indevidas e absurdas. Não cabe julgamento prévio. Depois do prazo, serão devidamente encaminhadas as decisões. Independentemente delas, não há nenhum risco de interrupção no trabalho do Municipal. Se for preciso fazer uma mudança, a transição será feita com planejamento.