Durante o mergulho na histórica região do Araguaia o espetáculo Guerrilheiras, ou Para a Terra Não Há Desaparecidos bebeu na fonte do conflito armado ocorrido em 1967 na região do Pará e Tocantins durante ditadura militar.
No campo de batalha, entre eles, muitas mulheres, contra cinco mil homens do Exército. O recorte feito enquadra a história das combatentes femininas. O projeto idealizado por Gabriela Carneiro da Cunha e dirigido por Georgette Fadel levou a equipe por duas semanas no local.
No ano passado, a peça teve uma breve pré-estreia no Itaú Cultural e agora entra em cartaz nesta sexta-feira, 15, no Sesc Belenzinho, Rua Padre Adelino, 1.000, junto com a série de palestras Arte - Substantivo Feminino.
O projeto inicial ganhou desdobramento neste ano com uma nova empreitada, agora no Rio Xingu, anuncia Gabriela. “Partimos da reportagem de Eliane Brum sobre a Usina de Belo Monte e viajaremos para lá. A intenção é que não termine com a realização de uma peça apenas”, conta a atriz.
Agora com direção de Maria Thais, a equipe vai adentrar a região e conhecer o cotidiano de famílias que foram atingidas pela construção da obra. “Foi uma coincidência. Eu vinha pensando em um trabalho parecido”, conta a diretora. Como foi em Guerrilheiras, Maria diz que o objetivo é olhar para a vida dessas pessoas mas sem querer substituir a voz delas. “É um compromisso ético e poético de artista. E isso segue para toda a vida.”
Programação:
Mulher e Resistência 21/1, às 20h. Tema: Quem são as guerrilheiras de agora? Com a atriz Roberta Estrela D’Alva, diretora Georgette Fadel
Mulher, realidade e poética 28/1 às 20h. Tema: A criação do espetáculo e a história política brasileira. Com Maria Thais, a dramaturga Grace Passô e a artista visual Berna Reale