Festival reúne espetáculos de rua, bonecos e clowns

Intitulada 'Seguindo Em Frente', 2ª Mostra de Teatro do Centro Cultural da Juventude marca a consolidação de seu público

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colunista convidado
Por Leandro Nunes
Atualização:

O primeiro amor, conflitos familiares, o conceito de status social e o drama da morte. Essas são as situações pelas quais uma menina comum pode passar. O que não seria nada comum é o que ela carrega em cima do pescoço. O espetáculo A Menina da Cabeça de Bola leva à discussão esses e outros temas que surgiram dentro da mente da personagem criada pelo ilustrador Bertho Horn. Inspirado na figura, o Teatro da Neura desenvolveu a peça que integra a 2.ª Mostra de Teatro no Centro Cultura da Juventude, na Vila Nova Cachoeirinha. “Embora seja a figura de uma menina, as questões que ela traz são importantes tanto para adultos como para crianças”, explica o fundador da companhia, Antônio Nicodemo.

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Essa versatilidade cumpre o papel de alcançar um público mais geral, como explica o diretor do CCJ, Ricardo Ponzio Scardoelli. Ele conta que o espaço costumava reunir apenas um grande público interessado em shows musicais. “A mostra surgiu para descobrir e encontrar pessoas que buscassem espetáculos teatrais na região”, conta.

Em sua primeira edição, o evento trouxe trabalhos de grupos como o Galpão do Folias, que apresentou seu Folias Galileu; História por Telefone, da Cia Delas de Teatro; e A História de Rapunzel, contado pelo Teatro de Bonecos da Cia. Patética, que participa novamente, desta vez com História Sem Tempo Que Conta o Tempo. Na montagem centrada também em uma menina, Cecília adora brincadeiras típicas de meninos e acredita que não há nenhum problema nisso.

Para todos. ‘A Menina da Cabeça de Bola’ leva a personagem dos quadrinhos para o palco Foto: Dennis Victor|Divulgação

A recepção do público ajudou a dar continuidade ao projeto e a criar a edição seguinte – que tem por título Seguindo em Frente. Além disso, o diretor do CCJ conta que, enquanto a mostra não chegava, foi preciso dispor de uma programação mensal de espetáculos em cartaz. “Hoje, temos dois tipos de público”, identifica. “Um que já está acostumado a assistir a peças aqui ou em teatros do centro da cidade e outro que ainda está começando a frequentar.”

As sessões que ocorrem aos sábados e domingos terão uma exceção. Na terça, 8, será comemorado o Dia Internacional da Mulher com o espetáculo Amada, Mais Conhecida Como Mulher e Também Chamada de Maria, da Cia Artehúmus de Teatro e dirigido por Evill Rebouças. A montagem traz a narrativa de uma mulher que teve 180 milhões de filhos e que, por ser dona de várias faces, encara o prazer e o desprazer no sexo e na fecundação. Para sustentar seus filhos, ela acaba se prostituindo.

Outra data importante no próximo mês remonta ao dia 31 de março de 1964, quando o golpe militar foi deflagrado no Brasil. Esse é o ponto de partida de Acordes, musical da Cia. Cênica, de São José do Rio Preto, que resgata as memórias emotivas provocadas pelos tempos de repressão. Por meio de um passeio sonoro, a montagem busca mesclar o som dos tiros às canções entoadas nos grandes festivais de música popular brasileira, como A Banda, de Chico Buarque, e Disparada, de Geraldo Vandré.

DESTAQUES

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27/2 -‘História Sem Tempo Que Conta o Tempo’ 

5/3 - ‘A Menina da Cabeça de Bola’

6/3 - ‘Porque As Mulheres Choram’

8/3 - ‘Amada, Mais Conhecida Como Mulher e Também Chamada de Maria’

12/3 - ‘Em Busca do Ingrediente Secreto’

13/3 - ‘Acordes’

MOSTRA DE TEATRO CCJ. Centro Cultural da Juventude. Av. Dep. Emílio Carlos, 3.641; tel. 3984-2466. Dia 27/2, 17h; 28/2, 18h; 5/3, 17h; 6/3, 18h. Grátis.

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