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Fernanda Montenegro faz leituras de Nelson Rodrigues na abertura do Festival de Teatro Curitiba

Atriz participa de leitura de textos de Nelson Rodrigues na 26ª edição da mostra que traz mais de 350 atrações

Por Leandro Nunes
Atualização:

Após completar 25 anos e ter sua curadoria renovada no ano passado, o Festival de Curitiba divulgou ontem, 20, a programação desta edição, que vai de 29 de março a 9 de abril. 

Com mais de 350 atrações, a programação organizada por Guilherme Weber e Márcio Abreu traz um eixo voltado para o trabalho de grandes atrizes brasileiras, entre elas Fernanda Montenegro, que abre o festival com a leitura de Nelson Rodrigues por Ele Mesmo, obra organizada pela filha do dramaturgo, Sonia Rodrigues.

Obra. Atriz visita relatos públicos e privados do dramaturgo Foto: Sanny Soares

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Weber explica que, desde a última edição, o objetivo era criar uma programação em torno do pensamento. “Temos um time de grandes artistas de diversas gerações que vão refletir o feminino na sociedade e a política no Brasil.” A lista inclui a atriz Juliana Galdino em seu Leite Derramado, Fernanda Torres no solo A Casa dos Budas Ditosos e a Lia Rodrigues, que estreia no festival com Para Que o Céu Não Caia. “São montagens que nos ajudam a repensar a condição da mulher diante do machismo e diante do histórico do nosso país”, explica o curador.

Nesse ano, Weber conta que também quer apostar em artistas residentes, cujo trabalho ultrapassa o Brasil em suas fronteiras. Um deles é o performer Wagner Schwartz que propõe um passeio físico pela obra dos artistas plásticos Lygia Clark e Hélio Oiticica, passando por Caetano Veloso e Carmem Miranda. “Queremos acompanhá-los de perto, provocá-los e desenvolver uma trajetória ligada ao festival”, explica Weber.

Ele conta que, em relação ao público médio que mora em Curitiba, é importante dar espaço para diversos trabalhos, ainda que não sejam estreias. “Há muito tempo, o festival serviu como um panorama do que todos veríamos pelo Brasil ao longo do ano. Agora, não buscamos tanto essa obrigação, mas a de formar plateias e refletir sobre cada produção trazida”, diz.

Na lista de estreias internacionais, o grupo português Mala Voadora vai construir uma autobiografia ficcional do escritor Jorge de Andrade no espetáculo Moçambique. Já o dramaturgo iraniano Nassim Soleimampour articula em Blank um montagem sobre a experiência de censura e opressão contra artistas em seus países. Mais informações sobre o festival no site.