Zeca Baleiro finaliza novo CD e dá canja no Municipal de SP

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Por FERNANDA EZABELLA
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O compositor e cantor maranhense Zeca Baleiro, cujo álbum de estréia completou uma década no ano passado, prepara uma nova fornada de músicas inéditas, em um disco que promete ser "leve, divertido e quase cínico". O novo CD ainda não tem nome, mas deve ser lançado entre abril e maio pela gravadora MZA. Ao mesmo tempo em que finaliza o novo trabalho, o músico de 41 anos toca outros diversos projetos. Ele dará uma canja no Teatro Municipal de São Paulo, neste sábado, e está pré-produzindo um álbum infantil, ilustrado por Laerte e com convidados já confirmados como Frejat e Pato Fu. Sobre seu sétimo CD solo, Zeca Baleiro afirmou que está gravando em seu estúdio em São Paulo as bases das canções e terá de escolher cerca de 13 entre as 30 que já tem. "Quero um disco que possam ouvir sem muitas indagações", disse Zeca Baleiro à Reuters, em uma entrevista por email. "O último CD, 'Baladas do Asfalto', era mais denso, tinha mais discurso. Com este (novo) quero que dancem." "Baladas do Asfalto & Outros Blues" foi lançado em 2005 e ganhou uma versão ao vivo no ano seguinte. Entre as músicas que foram parar nas rádios, estão a faixa-título, "Muzak" e "Meu Amor Minha Flor Minha Menina", com arranjos elaborados e letras caprichadas que viram a marca de Zeca Baleiro. No sábado, no Teatro Municipal, o cantor apresentará pela primeira vez ao vivo os versos de Hilda Hilst que ele musicou para o disco "Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé -- de Ariana para Dionísio" (2005), interpretado por dez cantoras, como Ângela Ro Ro, Maria Bethânia, Olívia Byington e Zélia Duncan. O músico fará uma participação especial com o quarteto de câmara do teatro, chamado Quarteto Algiz, que tem trabalhado as canções com a cantora Márcia Degani. "Eu vou cantar a 'Canção VI', que no disco é cantada pela Ná Ozzetti. E darei uma canja em outras também", disse. ERÓTICAS Entre shows pelo país que continua fazendo, Zeca Baleiro engata trabalhos simultâneos, como o lançamento das trilhas sonoras para os balés "Cubo", do grupo paulistano Lúdica Dança, e "Geraldas e Avencas", do grupo mineiro 1o Ato. Além do álbum infantil, projeto que ele pretende retomar este ano após interromper por falta de tempo, Zeca Baleiro tem uma vontade antiga de fazer um CD de músicas eróticas. "Mas este requer mais tempo e mais pesquisa, pois grande parte dos seus textos serão literários, obras que abarcam desde Gregório de Matos até Glauco Mattoso", explicou Zeca Baleiro. Seu primeiro álbum, "Por Onde Andará Stephen Fry?", completou dez anos em 2007 e foi seguido por outros dois, todos discos de ouro -- "Vô Imbolá" (1999) e "Líricas" (2000). Em 2003, fez um CD em parceria com Fagner, outro hit de vendas. "Gosto de ver como as coisas se encaminharam até hoje", disse o músico. "A forma sincera como os discos foram gerados, a consolidação de um público fiel e cativo. E sobretudo me alegra saber que as apostas que fiz na intuição, e não no 'mercado', vingaram." Zeca Baleiro, que nasceu em São Luis mas cresceu em Arari, disse que achava, no começo da carreira pelos barzinhos de São Paulo, que seria apenas um "artista cult, de público pequeno". "Foi uma surpresa ver o meu primeiro disco se tornar popular e ouvir as canções na boca do povo", disse. "Depois de tantos discos, vivo um momento mais relaxado, com o fogo criativo bem aceso. De certo modo, agora estou começando a me divertir de verdade."

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