Vendas de músicas registram primeira alta desde 1999

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Por MIKE COLLETT-WHITE
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A indústria da música quebrou uma sequência de 12 anos de perdas em 2012, registrando um aumento pequeno, mas simbólico de 0,3 por cento nas receitas comerciais para 16,5 bilhões de dólares, mostraram dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) nesta terça-feira. O ligeiro aumento virá como um alívio para os chefes de gravadoras que viram o valor das vendas despencar de um pico de 28,6 bilhões de dólares em 1999, com os downloads ilegais e a relutância em abraçar a era digital afetando duramente as receitas. Mais uma vez, foi o setor digital que mostrou o maior crescimento, e pela primeira vez, mais do que compensou as perdas nas receitas físicas. "No início da revolução digital, era tema comum dizer que o digital estava matando a música", disse Edgar Berger, presidente internacional da Sony Music Entertainment. "Bem, a realidade é, o digital está salvando a música. Acredito firmemente que isto marca o início de uma história de crescimento global. A indústria tem todos os motivos para ser otimista sobre seu futuro." As vendas digitais das gravadoras subiram cerca de nove por cento no ano passado sobre 2011, para 5,6 bilhões de dólares e responderam por 34 por cento do rendimento total. As vendas de downloads aumentaram 12 por cento, para 4,3 bilhões de unidades mundialmente. As vendas de álbuns digitais cresceram 17 por cento, para 207 milhões. Serviços de assinatura como o Spotify e o Deezer "atingiram a maioridade" no ano passado, de acordo com a IFPI, e devem cruzar a marca de 10 por cento em fatia do total das receitas de música digital pela primeira vez. O Spotify tem mais de cinco milhões de assinantes pagantes, comparado com três milhões no final de 2011, e é a segunda maior fonte de receitas de música digital na Europa. O Deezer também se expandiu rapidamente, chegando a três milhões de assinantes pagantes em todo o mundo. De acordo com a IFPI, o álbum de maior sucesso de 2012 foi o da cantora britânica Adele, "21", que vendeu 8,3 milhões de cópias de 18,1 milhões em 2011. A artista norte-americana Taylor Swift ficou em segundo lugar no ano passado com "Red" (5,2 milhões), a banda britânica One Direction tomou a terceira e a quarta posições com "Up All Night" e "Take Me Home", respectivamente (4,5 milhões e 4,4 milhões) e a cantora norte-americana Lana Del Rey ficou em quinto, com "Born to Die" (3,4 milhões). Nas paradas de singles digitais, a canadense Carly Rae Jepsen assumiu a liderança com "Call Me Maybe" (12,5 milhões de cópias vendidas), seguida pelo belga-australiano Gotye com "Somebody That I Used to Know" e o sul-coreano Psy com "Gangnam Style". O brasileiro Michel Teló foi o sexto com "Ai Se Eu Te Pego". Embora o foco tenha sido o crescimento do setor digital, as vendas de formatos físicos ainda foram responsáveis por 58 por cento das receitas em 2012, abaixo dos 61 por cento em 2011, e as quedas no mercado de CD em muitos países continuaram a representar grandes desafios. A IFPI, que representa a indústria da música liderada pelos três "grandes" selos Universal, Sony e Warner Music Group, também ressaltou o papel da indústria da música na ampla explosão da mídia digital e social.

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