PUBLICIDADE

Tom Petty: 14 músicas para conhecer a obra do músico; ouça aqui

Americano fez história com a banda Heartbreakers e com trabalhos solo e acompanhado de Bob Dylan, George Harrison e outras lendas

Por Simon Vozick-Levinson
Atualização:

Tom Petty, que morreu na segunda-feira, 2, era um dos rock stars essenciais do século 20. A incrível sequência de hits que ele escreveu e gravou entre 1976 e 1993 -- a maioria com sua banda, os Heartbreakers, mas às vezes sozinho ou com outros artistas -- garantiu que qualquer um que ouvisse rádio ou ligasse a TV naqueles anos soubesse pelo menos algumas de suas músicas de cor.

+ Tom Petty morre após sofrer ataque cardíaco

+ A ressurreição de Tom Petty – e que esse texto não se desfaça em um segundo

PUBLICIDADE

Aqui estão algumas canções que dão uma noção da profundidade do seu catálogo.

American Girl (1976)

É a música que colocou Petty no cânone americano. Um boogie de banda de bar, que soa reluzente e solar, a cervejas e sorrisos, mas uma audição mais atenta revela uma música sobre desilusão. Petty continuaria a explorar contradições sutis na fantasia da vida do rock and roll americano pelas próximas quatro décadas.

Don't Do Me Like That (1979)

Publicidade

O primeiro hit top 10 dos Heartbreakers é uma obra-prima da eficiência -- em 2 minutos e 44 segundos, é um refrão só. Em uma das suas performances vocais mais extremas, Petty fez de maneira cirúrgica uma noção de resentimento soar como a coisa mais liberadora do mundo (no auge do punk rock).

Refugee (1979)

Fica aberto a interpretações o que Petty quer dizer quando grita que sua amante vive "como uma refugiada", mas quem se importa? A intensidade do sentimento é o que fica.

The Waiting (1981)

Depois do sucesso de Damn the Torpedoes (1979), Petty estava um pouco mais tranquilo como compositor. Nesse sucesso de FM, você pode perceber seu amor pelos Byrds claramente. Sem a necessidade de vender cada música como se fosse sua última chance, Petty entrega o refrão com um sorriso discreto, como se não fosse grande coisa - mas boa sorte em tirar essa melodia da cabeça depois de ouvi-la algumas vezes.

Stop Draggin’ My Heart Around (1981)

A decisão de deixar Stevie Nicks cantar essa composição de Petty com Mike Campbell (guitarrista dos Heartbreakers) foi um lance de gênio do produtor Jimmy Iovine. 

Publicidade

Rebels (1985)

Há um episódio famoso em que Petty quebra a mão durante um "chilique" no estúdio na gravação de Southern Accents. Esta balada que abre o álbum, porém, é uma canção incomum, que vale a pena ser ouvida no mínimo para entender de onde veio a queda que se seguiria.

End of the Line (1988)

De folga dos Heartbreakers, Petty acabou tocando em LA com seus amigos George Harrison, Bob Dylan, Jeff Lynne e Roy Orbison. A estreia de 1988 como Traveling Wilburys pode ser uma raridade para colecionadores obsessivos, mas esse country é uma joia que seria destaque nos álbuns de qualquer um dos participantes naquela década.

Free Fallin' (1989)

A música que iniciou a segunda parte da carreira de Tom Petty, uma espécie de atualização de American Girl, mas ao mesmo tempo uma canção muito mais suave: dessa vez, ele é sábio o suficiente para admitir seu próprio papel no rompimento e dizer que sente saudades. Esse é o momento em que ele prova que poderia lidar com os anos 1990.

Into the Great Wide Open (1991)

Publicidade

O álbum produzido por Jeff Lynne tem um brilho refrescante na carreira dos Heartbreakers. A faixa título é uma parábola afetuosa sobre um "rebelde sem causa" que se muda para Los Angeles para se tornar um rock star. Tudo parece estar indo bem até que ele ouve as palavras que todo artista de grande gravadora teme: "o cara da gravadora disse que não ouve nenhum sucesso".

Mary Jane's Last Dance (1993)

A essa altura, já era perceptível que Tom Petty era para sempre. Se Free Fallin' fez caras da Geração X ouvi-lo, Mary Jane foi a cereja recheada de THC no sundae intergeracional.

Windflowers (1994)

Petty trabalhou com Rick Rubin novamente neste álbum, cuja faixa título é uma de suas mais afetuosas e sentidas canções de amor.

Walls (Circus) (1996)

Gravar uma trilha sonora para a comédia romântica She's The One (Nosso Tipo de Mulher, de Edward Burns) parecia uma boa ideia quando pares como Bruce Springsteen e Elton John estavam levando para casa Oscars pelo seu trabalho com Hollywood. Mas além disso, o álbum é um dos lançamentos mais fortes da segunda metade da carreira dos Heartbreakers. 

Publicidade

Free Girl Now (1999)

Echo, o disco que Petty lançou depois de se separar de sua primeira mulher, é geralmente levado em conta como seu álbum de divórcio, e este é um filtro fascinante para observar o single principal do disco. Free Girl Now é para uma mulher que acabou de sair de um relacionamento complicado. Petty parece feliz por ela (seria a mesma garota de American Girl e Free Fallin', cujos títulos estão aqui também? Talvez).

American Dream Plan B (2014)

A música que Petty fez no novo milênio, um álbum solo, três com os Heartbreakers, dois com a antiga banda Mudcrutch, vale a pena. Hypnotic Eye, o último disco dos Heartbreakers, é especial. Em canções como esta, ele revisita o tipo de histórias de má sorte que escreveu durante toda sua carreira, com o equilíbrio de amargor e esperança mais ou menos intacto. "Meu sucesso é uma incógnita", ele resmunga aqui em cima de um garage-rock abafado, "mas como um tonto, estou apostando na felicidade".

Tradução Guilherme Sobota - O Estado de S. Paulo

Foto de 2 de fevereiro de 2008, Tom Petty tocando no intervalo do Super Bowl XLII, em Glendale, Arizona Foto: AFP PHOTO / Timothy A. CLARY
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.