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Som a Pino: ‘Isso aqui ô ô...’

E hoje, em 2017, 170 anos depois do nascimento da pianista Chiquinha Gonzaga, as mulheres compositoras ainda lutam para ocupar o espaço na música.

Por Roberta Martinelli
Atualização:

Hoje é Dia da Música Brasileira. Duvido um pouco desse negócio de dias, e para quem vive tudo intensamente todo dia é dia, mas quem consegue viver tudo intensamente sempre? Acho importante comemorar e saber o porquê da escolha desse dia. A data foi escolhida porque em 17 de outubro de 1847 nasceu a pianista Chiquinha Gonzaga, considerada a primeira compositora popular do País. E não para por aí, Chiquinha era abolicionista, republicana e foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Uma ótima escolha para comemorarmos esse dia. 

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PARA COMEMORAR  O Dia da Música Brasileira foi escolhido, como eu já disse e quero grifar, por ser a data de nascimento da considerada primeira compositora popular do Brasil. 

É assim em todo canto, seria diferente por aqui? No mundo ideal já estaríamos muito melhores, não? Precisamos aprender a valorizar a nossa música, muito! E precisamos valorizar demais as nossas compositoras. Quantas cantoras não escutam depois de um show a pergunta “mas as músicas são suas?”, feita com uma cara de dúvida, como se questionassem sua capacidade.

E matérias de jornalistas que falam sobre as composições do “universo feminino”, que universo é esse? Alguém pode me explicar? Quando entrevistam um cantor e compositor não perguntam sobre o “universo masculino”. 

Cada artista tem sua individualidade, não podemos comparar. Tentamos, é claro, quase faz parte do processo de apresentação, essa é Fulana, ela é cantora e compositora, está lançando o primeiro disco e tem um quê de Gal Costa, um quê de Bethânia... como se isso aproximasse a nova cantora de um lugar já conhecido, mas insisto no treino.

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Por que não falar apenas dela? Fiquei pensando nas artistas do meu tempo que gostaria de destacar como grandes compositoras e suas particularidades, algumas: Céu e suas ipomeias, Tulipa Ruiz e as paradas que ela topa, Karina Buhr e o psicólogo, Letrux e seus estragos, Tássia Reis e seu grito, Raquel Virgínia e o Universo, Assucena Assucena e a jaqueta amarela, Paula Rebellato e Carla Boregas da banda Rakta e o som que nos leva ao som, Flora Matos alterando o nosso ecocardiograma, Anelis Assumpção, pois a gente gosta assim, assim cheio de minas compositoras, cada uma com seu som, todas elas no som. 

Karina Buhr.Na 'Eldorado' Foto: PRISCILLA BUHR

Para comemorar esse dia, hoje a Rádio Eldorado será tomada por música brasileira, o dia todo, a programação toda. E no meu programa, que hoje terá 2 horas de duração, eu recebo duas artistas que admiro muito: Karina Buhr e Maria Alcina, e o telefone estará aberto esperando a ligação de quem quiser, começa às 12h! 

Música da Semana

‘Dá Pra Fazer’, de Evandro Fióti  Single lançado por Fióti nesta segunda-feira, 16. Depois do disco Gente Bonita é o primeiro lançamento dele. Uma parceria com o irmão Emicida “é o que digo pra vocês, um passo de cada vez, dá pra fazer, na coletividade, na manha onde todo mundo ganha”, é isso! Vamos que dá pra fazer, mas é uma construção. 

Evandro Fióti Foto: Enio Cesar
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