'Som a Pino' comemora 1 ano na rádio com show de Tulipa Ruiz e Liniker

Na rádio, diariamente, Roberta Martinelli transforma o estúdio na sala da sua casa

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Por Pedro Antunes
Atualização:

Sem perceber, Roberta Martinelli esfrega as mãos uma na outra antes de entrar no ar com o programa Som a Pino e falar para os ouvintes da Rádio Eldorado. Repete o ritual antes de cada frase digitada da coluna, que leva o mesmo nome do programa transmitido na frequência 107,3 do dial FM, publicada todas as terças-feiras, nas páginas do Caderno 2. 

Liniker e Tulipa Ruiz cercam Roberta Martinelli, apresentadora do programa Som a Pino Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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No rádio, é impossível ouvir o som produzido pelo movimento repetido por ela inúmeras vezes, sem perceber, mas as transmissões ao vivo na página do Facebook da Eldorado entregam o gesto inconsciente. Quem gosta de assisti-la, já conhece. Cria intimidade. 

Com o ouvinte – que também pode ser espectador – e com os artistas que, há um ano, sobem pelos elevadores do prédio do Grupo Estado, no bairro do Limão, até o segundo mezanino, onde encontram, no estúdio, um lugar para falar abertamente sobre a própria arte. “A Roberta é muito apaixonada pelo que faz e pela música”, avalia a cantora Tulipa Ruiz, a segunda entrevistada do Som a Pino. O pensamento dela é completado pela primeira convidada do programa, Liniker, vocalista da Liniker e os Caramelows. “Eu me sinto super à vontade em estar aqui. É um espaço acolhedor. É interessante perceber que essa parte (entre entrevistador e entrevistado) é quebrada.” 

Tulipa é a atração do show realizado no primeiro ano de Som a Pino no ar, na noite desta terça-feira, 29, na Casa Natura, em São Paulo, com participação da Liniker. No ar de segunda a sexta-feira desde o dia 18 de julho de 2016, sempre ao meio-dia, o programa agora também tem a reprise de um dos episódios da semana aos sábados, no mesmo horário. 

Apresentadora do Cultura Livre, programa dedicado à música da TV Cultura, Roberta veio do rádio. Por cinco anos, comandou uma atração de mesmo nome na rádio Cultura Brasil AM. “E meu maior sonho era fazer rádio FM”, conta. Em 2016, ela recebeu uma mensagem de Emanuel Bomfim, diretor artístico da Eldorado. “Ele disse que tinha uma proposta, mas eu não tinha ideia do que seria”, relembra. “No momento, quando sentei e ouvi sobre a ideia de um programa centrado em música brasileira contemporânea, fiquei muito feliz, mas quis ir para casa para pensar melhor a respeito.” Com medo do compromisso que é ter um programa de rádio diário, sugeriu algo semanal, mas ouviu uma negativa de Bomfim. “Ele disse: ‘A gente só vai mudar os hábitos das pessoas se for algo diário’.” 

Roberta compreendeu. E, desde aquele mês de julho, vem colocando para tocar, no nobre horário do meio-dia, canções de artistas mais experimentais, como Curumin e Douglas Germano, e trouxe para o estúdio os rappers Criolo para falar de samba e Mano Brown para expor seu eu cantor mostrado no álbum Boogie Naipe. Há, é claro, espaço para os clássicos – no lançamento de Caravanas, o 23.º álbum de Chico Buarque, por exemplo, ela executou todas as músicas do álbum. “Que rádio faria isso?”, ela pergunta, com sorriso no rosto ao fim do programa especial sobre o cantor e compositor carioca. E, é claro, esfrega as mãos ao fazê-lo. 

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