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Sandy e Junior mostram novo CD

Dupla continua tentando fazer o talento sobressair à curiosidade que cerca sua vida pessoal há 15 anos

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar das especulações de que se separariam, Sandy e Junior seguem firmes como dupla e apresentam amanhã e domingo no Credicard Hall o show de seu novo CD, Sandy e Junior. Cada vez mais ousados musicalmente, os dois irmãos continuam tentando chegar ao ponto em que seu talento vá, enfim, se sobressair à curiosidade que cerca sua vida pessoal. Esse é o 15.º CD dos dois, em 15 anos de carreira, informação que dá uma idéia da roda-viva que ambos vinham vivendo desde que apareceram como cantores mirins, aos 7 e 8 anos. Desta vez, foi diferente. Depois do lançamento de Identidade, em 2003, eles decidiram pisar no freio. "Depois de um certo tempo de carreira, você consegue conquistar uma liberdade perante à gravadora. Dissemos à Universal que só entregaríamos o CD quando estivesse pronto e trabalhamos sem a pressão dos prazos", explica Junior. "Isso foi fundamental para que o CD saísse assim e parecesse mesmo tão autoral. Sem dúvida, é o mais autoral da nossa carreira." Quando fala em "mais autoral", Junior quer dizer que das 12 músicas, 7 foram compostas por Sandy, sozinha ou em parceria com alguém. Além disso, toda a bateria do CD é dele, que também assina a co-produção, ao lado do argentino Sebastian Krys e de Otávio Moraes. O disco já saiu com 100 mil cópias vendidas, numa versão especial em CD e DVD, que tem um documentário com os bastidores de gravação. Nele, Krys observa que quando mostra o trabalho dos dois irmãos aos americanos, que não sabem do passado deles como artistas mirins, só ouve elogios. "É muito difícil, porque as pessoas não se atualizam, e têm muita dificuldade em dar o braço a torcer", lamenta Junior. "Muitos críticos conservam a visão que tinham da gente quando éramos crianças. Acho que eles precisam ouvir a gente de novo. Mas para neguinho mudar de opinião, dói." Sandy, mais contida que o irmão Mais contida que o irmão, Sandy - que parece bem feliz com a boa repercussão do show que fez sozinha com repertório de jazz e MPB - diz que não guarda mágoas dos entendidos da música. "Até hoje tive mais satisfações do que decepção nesse tipo de coisa. A maioria das críticas negativas que recebemos foi em relação ao repertório. Com relação ao meu talento como cantora, meu trabalho sempre foi bem-recebido", pondera. "Claro que tem gente com a cabeça fechada, que não ouve o nosso CD sem preconceito. Isso me deixa muito chateada." Nessa tentativa de preencher o abismo entre o que agrada à crítica e o que o público ama, toda a atenção voltada para a faixa Discutível Perfeição é sintomática. Tratada como um desabafo de Sandy - "É melhor você ter certeza/ Estou longe de ser a Madre Tereza" -, causou furor na imprensa e nos programas de auditório, mais uma vez com enfoque na vida pessoal da cantora. "Essa música estava pronta havia um ano, pensei muito antes de colocá-la no CD, e quase que ela não entrou", conta Sandy. "Eu tinha medo que ela fosse me expor demais, que fosse voltar toda a especulação sobre a minha vida pessoal - que realmente voltou. Jamais imaginei que fosse tomar essa proporção." É realmente uma pena que a música tenha tirado a atenção de outras faixas bem mais ousadas, como Nas Mãos da Sorte. A letra do rap de Gabriel, O Pensador é matadora e cresce muito na interpretação de Milton Nascimento: "O político ladrão é o pior dos bandidos/ Mata o povo de fome com um sorriso fingido/ (...) De manhã pode ir preso, mas é solto de tarde." Mesmo com a censura livre dos shows de amanhã e domingo, os dois irmãos não parecem dispostos a concessões - a nova linha de trabalho veio para ficar, avisam. Diretor artístico do show, Junior adianta que os antigos sucessos foram escolhidos a dedo. "O show é basicamente em cima desse novo CD. Não há músicas muito antigas, da nossa fase criança", diz. "Só entraram sucessos mais recentes, como ´Nada Vai me Sufocar´, que ganharam novos arranjos, para combinar com o som do novo CD." Ele conta ainda que é um show de banda pop rock. Além dele e da irmã, há seis músicos no palco, sem bailarinos ou qualquer efeito especial. E, desta vez, não vai ter Vamos Pular. "Ah, eu não agüentava mais Vamos Pular! Mas tem outros momentos para pirar no show." Sandy e Junior. Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17.955, Santo Amaro, 6846-6000. Sáb., 22 h; dom., 20 h. R$ 40 a R$ 140.

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