Michael Jackson é absolvido de todas as acusações

O "rei do pop" foi absolvido de todas as acusações de abuso sexual, ministrar bebidas alcoólicas a um menor e conspirar para manter sua família cativa. Especial

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Por Agencia Estado
Atualização:

O "rei do pop" Michael Jackson foi absolvido por unanimidade de todas as dez acusações a que foi acusado em seu julgamento na corte de Santa Maria, na Califórnia. Foi absolvido da acusação de conspirar para manter o acusador e sua família em cárcere privado, de ter abusado sexualmente de um menor, de ter dado bebidas alcólicas a um menor. A cada veredicto favorável ao cantor, uma fã soltava uma pomba branca do lado de fora do tribunal. "O senhor Jackson fica exonerado do pagamento de fiança, você está livre", disse o juiz Rodney S. Melville. Um assistente do advogado de defesa Thomas Mesereau disse que a corte explodiu em expressões de júbilo, mas antes o clima era tenso e silencioso. Segundo testemunhas, Jackson não demostrou nenhuma emoção enquanto escutava a leitura do veredicto. O único gesto que fazia era tocar o nariz, disseram. Após a absolvição, os jurados leram uma declaração fora do tribunal: "Nós, os jurados, estudamos completa e me meticulosamente os testemunhos e a evidência apresentada. Chegamos a um veredicto com certeza". Em seguida, receberam do juiz Melville uma última determinação: estão proibidos de falar sobre o caso, inclusive com a imprensa, por mais um ano e meio, até caducar a ordem de silêncio. O promotor Tom Sneddon que enfrentou a maior derrota de sua carreira, mesmo assim mostrou-se desafiante, dizendo que poderia começar tudo de novo. Jackson chegou à corte por volta das 17h45 vestido sobriamente, com terno preto, gravata preta, camisa branca e óculos escuros, acenando discretamente para a multidão de mais de 300 fãs, que aguardavam com ansiedade pelo desfecho de seu julgamento. A corte de Santa Maria marcou para 13h45 (17h45 no Brasil) o horário para a leitura do veredicto do astro pop. Jackson saiu de seu rancho Neverland, acompanhado de sua família em quatro carros pretos. Fãs do cantor fizeram um cordão com as mãos dadas ao lado da estrada por onde passou a comitiva que levava o astro rumo à corte. Seu rancho fica a uma distância de cerca de 50 quilômetros do tribunal, percorridos em aproximadamente 20 minutos. Eles saíram do rancho pouco depois das 17 horas. O anúncio de que o veredicto sairia hoje foi feito logo após o juiz Rodney S. Melville declarar que os jurados haviam feito novas perguntas na manhã de hoje e que, na sexta-feira, eles releram o testemunho do acusador de Jackson. Os jurados, oito mulheres e quatro homens, tiveram quatro reuniões com os advogados e promotores durante o período de sete dias de deliberações. Em 18 de novembro de 2004 houve uma busca realizada pela polícia no rancho Neverland, nove meses depois da exibição do documentário Vivendo com Michael Jackson, em que o cantor admitiu ter dormido na mesma cama com um adolescente de 13 anos. No dia 20, Jackson se entregou ao xerife de Santa Bárbara e foi liberado em menos de uma hora, depois de pagar uma fiança US$ 3 milhões. O julgamento do cantor começou oficialmente no dia 31 janeiro, com a seleção dos jurados e a presença de Jackson no tribunal, recebido por 200 fãs, com o registro de mais de mil jornalistas. Os advogados de acusação apresentaram o astro pop como um depravado sexual, e os da defesa, sustentaram que seu amor pelas crianças é puro e inocente e que ele estava sendo vítima de uma família de aproveitadores. O júri, que ouviu a 14 semanas de depoimentos e argumentos por parte dos advogados, deliberou por mais de sete dias desde que recebeu o caso, em 3 de junho, antes de anunciar ter chegado ao veredicto sobre as 10 acusações contra o cantor por volta das 12h30 locais (16h30 em Brasília) de hoje. Jackson, de 46 anos, respondeu a acusações de abusar sexualmente de um menino, então com 13 anos, entre fevereiro e março de 2003 em seu rancho Neverland. O cantor também foi acusado de ter dado vinho ao menor para facilitar o abuso e de ter conspirado para mantê-lo preso, junto com a família dele, em Neverland para que participassem da produção de um vídeo de reconstrução de sua imagem, abalada após a exibição do documentário Vivendo com Michael Jackson. Lista com as dez acusações contra Michael Jackson: Acusação Um: Os jurados consideraram Michael Jackson inocente da acusação de ter conspirado para prender a família acusadora em seu rancho. O texto do indiciamento diz que Jackson é acusado "de um delito grave de conspiração no período compreendido entre 1.º de fevereiro de 2003 e 31 de março de 2003". Segundo o texto da acusação, Jackson "teria conspirado com outros conspiradores e co-conspiradores, cujas identidades não se conhece, para cometer os seguintes crimes: delito grave de seqüestro de um menor, delito grave de falsa prisão e delito grave de extorsão. Acusações Dois e Três: O júri também considerou Jackson inocente da acusação feita pela suposta vítima de Jackson sobre o "abuso sexual com um menor de 14 anos no período compreendido entre 20 de fevereiro e 12 de março de 2003". Acusação quatro: Jackson também foi inocentado da acusação relacionada ao irmão da suposta vítima, que teria testemunhado o abuso. O indiciamento diz que a acusação quatro se refere ao "abuso sexual contra um menor de 14 anos no período entre 20 de fevereiro de 2003 e março de 2003". Acusação cinco: A acusação cinco, da qual Jackson também foi inocentado, se refere ao segundo abuso que teria sido testemunhado pelo irmão do acusador do astro pop, e teria ocorrido entre 20 de fevereiro de 2003 e 12 de março de 2003. Acusação seis: O astro pop também foi inocentado da acusação sobre a tentativa de abuso sexual no período entre 20 de fevereiro de 2003 e 12 de março de 2003. Acusações sete, oito, nove e dez: As quatro últimas acusações contra o cantor diziam respeito ao fornecimento de bebidas alcoólicas à suposta vítima. Jackson também foi absolvido de todas elas. O texto da acusação diz que Jackson era acusado de "(...) fornecimento de um agente tóxico com o objetivo de cometer um delito grave no período compreendido entre 20 de fevereiro de 2003 e 12 de março de 2003. O cantor teria ilegalmente fornecido a John Doe (termo legal dado à suposta vítima) álcool com a intenção de cometer abuso sexual.

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