Metallica descarrega sua fúria no Rock in Rio em Las Vegas

Banda liderou as apresentações do primeiro fim de semana do festival

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Por Antonio Martín Guirado
Atualização:

LAS VEGAS - O Metallica pôs o ponto final ao primeiro fim de semana de Rock in Rio Las Vegas (Nevada) com uma descarga de rock furioso num ambiente nostálgico, recebido com entusiasmo por um público de todas as idades.

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O grupo californiano, acompanhado por 150 fãs testemunhas diretas de sua atuação no mesmo cenário, incendiou o recinto pouco antes da meia-noite com um início ensurdecedor em que Fuel, Master of Puppets e King Nothing explodiram de maneira estremecedora e triunfante.

Seu líder, James Hetfield, em plena forma para seus 51 anos, demonstrou que é ainda muito capaz de provocar arrepios nos espectadores com riffs clássicos como os de Unforgiven, Nothing Else Matters ou Enter Sandman.

James Hetfield. Apresentou clássicos como 'Unforgiven' Foto: John Davisson/Invision/AP

E, para concluir, apostou em temas infalíveis como Whiskey in the Jar ou Seek and Destroy, o epílogo de uma noite em que olhou sem medo para o passado.

“Tenho 55 anos e vim ao Rock in Rio somente por eles”, disse à EFE Mike Sullivan, um dos espectadores. “É a sétima vez que venho vê-los; eles me trazem enormes lembranças e continuam magníficos”, acrescentou.

Minutos antes, a banda Linkin Park deixara o local em alta tensão com o torrente de voz de Chester Bennington e as guitarras de Mike Shinoda e Brad Delson, letais, atacando músicas como Papercut, Given Up, ou One Step Closer, antes de deixar para a reta final seus sucessos Numb, In the End e Faint, para a qual contaram com a contribuição de Austin Carlile. A grande surpresa do show chegou quando tocaram pela primeira vez Line in the Sand, incluída em seu último disco, The Hunting Party.

Anteriormente, o grupo Sepultura, comemorando seus 30 anos no palco, brindara o público com uma potente atuação com grand finale, graças à intervenção do prodigioso Steve Vai, que apareceu com a suntuosa e hipnótica introdução de Kaiowas, antes de unir-se a Bad Horsie e Roots Bloody Roots.

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Também o grupo Rise Against, com o enérgico e carismático Tim McIlrath à frente, deslumbrou o público ao ritmo de temas como Behind Closed Doors, Good Left Undone e I Don’t Wanna Be Here, entre outras.

Caía a noite, e Las Vegas, apesar de seus anúncios de gás néon, tornou-se ainda mais escura com a chegada da banda Deftones e o metal implacável de Diamond Eyes, Rosemary ou Tempest, momentos de grande intensidade que precederam a chegada dos dois pesos pesados da noite.

Foi uma jornada muito intensa para o Rock in Rio Las Vegas, que não deu um instante de descanso devido à proximidade de seus principais palcos, separados por apenas uns 500 metros, mas com as atuações intercaladas para que o público não perdesse nenhuma das principais propostas musicais.

O certame procura estabelecer-se como festival de referência apesar de se realizar em datas muito próximas às de Coachella, com raízes no cenário independente, embora capaz de atrair grandes nomes ao longo dos seus 16 anos de trajetória.

Deste evento foi copiado o espírito grandiloquente, um pequeno passo para traçar uma imagem “global” e “reconhecível”, segundo o fundador do Rock in Rio, Roberto Medina, em um comunicado.

Os concertos em Las Vegas ocorrem em plena avenida do Strip, onde se concentram os maiores hotéis e cassinos, uma zona que pretende ser sede do evento a cada dois anos.

“Esperamos nos transformar num evento global em múltiplos continentes e países, realizado em intervalos de tempo como os Jogos Olímpicos ou a Copa do Mundo de Futebol”, afirmou Medina.

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“Entretanto”, advertiu, “acrescentaremos uma diferença fundamental: em vez de promover atletas ou a competição entre países, cada edição será uma oportunidade de unir as pessoas sob a bandeira da arte”. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA 

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