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Katy Perry traz Gretchen ao show em São Paulo e brinca: 'miga, sua louca'

Cantora norte-americana se apresentou na cidade neste sábado, 17, no Allianz Parque

Por Pedro Antunes
Atualização:
Gretchen subiu ao palco com Katy Perry Foto: Instagram/@mariagretchen

Katy Perry sabe como funciona o mundo do pop. Ficou claro, na apresentação da norte-americana em São Paulo, no Allianz Parque, neste sábado, 17, como o domínio de público está entre suas qualidades. Na indústria do entretenimento, é preciso impressionar. Trocas de roupa contam pontos, tal qual como a chuva de papel picado, os fogos de artifício, o telão impecável e a coreografia azeitada.

A cantora norte-americana Kate Perry durante show em São Paulo, no Allianz Parque, neste sábado, 17. Foto: Stephan Solon/Move Concerts Brasil

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Tudo deve estar no lugar, como um espetáculo de um musical ensaiadinho da Broadway. Falta sangue. Sobra agrados a um público com sede por contato com a artista. Soa plastificado, sem abertura ao improviso, ao momento atual, mas entretém. Trata-se disso o pop, certo?

Afinal, Katy Perry não entrou nessa indústria de uma hora para outra, nem por acaso. Estudou, pesquisou, entendeu o que significa ser uma artista que lota estádios. Como Katy Hudson não estourou. Foi como "Perry" e assumindo-se descaradamente dançante que as coisas passaram a acontecer para ela. Dez anos depois de One of the Boys, o álbum com o qual estourou, a cantora encara agora o desafio da reinvenção. 

Gretchen publicou momentos do show na sua rede social:

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A Katy Perry da descoberta e da inocência, de músicas como Hot N Cold, I Kissed a Girl e Thinking of You, corre para encontrar a fórmula certeira de outrora que funcione em 2018. Musicalmente falando, ela ainda parece estar sem chão. Não é por acaso que as canções de Witness, o disco mais recente da moça, tenham um efeito morno. Na corda bamba do sucesso, Kate sacode, ainda na tentativa de encontrar o novo hit certeiro - no disco novo, sinto muito, isso não aconteceu. 

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O que nos traz de volta à apresentação no Allianz Parque. Quente, numa noite igualmente calorenta, só esfriada nos momentos de Witness. De resto, na lista de afazeres do pop, Katy marcou todos os pontos. Ainda na segunda música, fogos de artifício, papel picado e aquele estouro todo fizeram o público cair em delírio. 

A cantora norte-americana Kate Perry durante show em São Paulo, no Allianz Parque, neste sábado, 17. Foto: Stephan Solon/Move Concerts Brasil

As frases em português são outra cartada certeira, a jogada de xadrez que envolve o adversário e o deixa prestes a cair. "Miga, sua louca", berrou, graciosamente, a cantora ao microfone algumas vezes. "Não sei o que significa isso", disse ela, pouco depois. O que só escancara a simpatia estéril e ensaiada. Mas tudo bem, não é necessário entender, Kate, basta satisfazer quem está ali para curtir aquela noite ao seu lado. 

E o público, um total de 40 mil pessoas, se engajou como nunca. Ou como o esperado. Crianças dançaram, adultos pularam e filmaram. Se Witness não fosse um escorregão, a apresentação representaria uma aula de pop, cores e festa. Katy Perry, afinal, tem hits de sobra para isso. 

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Dentre as outras artistas do seu escopo, falta a ela a potência na voz, infelizmente. Quando canta ao violão, como em Unconditionally, executada pela primeira vez nesta turnê norte-americana, ela se sai melhor do que quando está perambulando pelo palco - nestes momentos, era mais aceitável ouvir um playback do que a voz dela escorregando e se escondendo atrás das backing vocals. 

Mas, fãs de Katy Perry que chegaram até aqui é já estão prontos para destilar sei descontentamento na caixa de comentários abaixo, esperem um segundo. A música pop não é vanguarda, não é arrojadamente técnica e nem enche os ouvidos de sons jamais escutados. É energia e farra. É sabor e dança. Isso tudo é dominado por Katy Perry. É a surpresa de ver a brasileira Gretchen no palco, em Swish Swish, é a diversão de se dançar até o chão ao som das batidas de Roar ou perder a voz com Firework, a última do espetáculo. Ou seja, Kate Perry entrega tudo isso. 

O que falta, então? Preenchimento. Soa fácil e frágil, mais um disco ruim e esse estádio não estará mais lotado. A farra ocasionada pela afiadíssima escolha do DJ ao tocar Envolvimento, de MC Loma e as Gêmeas Lacração, prova o ponto. O pop é momento é instantâneo. E Witness não ajudou Katy Perry. E é bom ela correr, porque fogos de artifício não seguram ninguém no topo no por muito tempo. 

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