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Jonathan Nott comanda apresentações da Sinfônica de Bamberg em São Paulo

Serão quatro apresentações: no Auditório do Ibirapuera, sábado e domingo, e na Sala São Paulo, segunda e terça

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Por João Luiz Sampaio
Atualização:

Foram 16 de anos de casamento. “E eles terminam com uma vontade, de ambas as partes, de celebrar”, diz o maestro britânico Jonathan Nott, que se apresenta a partir deste sábado, 21, em São Paulo com a Sinfônica de Bamberg. Celebrar, melhor explicar, não a separação em si, “mas o prazer de fazer música juntos, de estar vivo”. “Quando nos demos conta de que esta seria a última turnê da orquestra comigo como diretor, fizemos questão de ir a São Paulo, onde nos apresentamos algumas vezes. E pensamos em um programa que simbolizasse esse nosso momento.”

O que Nott chama de “miniresidência” na cidade terá quatro apresentações. A primeira é neste sábado, 21, no Auditório Ibirapuera, uma matinê para crianças. Amanhã, a apresentação no auditório abre-se para o parque, ao ar livre. E, na segunda e na terça, os músicos ocupam o palco da Sala São Paulo, pela temporada do Mozarteum. “É interessante poder tocar em diferentes formatos. São públicos e energias diferentes. Além disso, nossos músicos vão dar masterclasses para estudantes. Essa orquestra surgiu, depois da guerra, como um grupo para realizar turnês. Ou seja, faz parte de nossa história promover o diálogo entre diferentes culturas.”

Em agosto, o maestro passa a comandar a Orchestre de la Suisse Romande, em Genebra Foto: Paul Yates|Divulgação

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Na matinê para crianças, será tocada a Sinfonia Pastoral, de Beethoven; no domingo, a Abertura Egmont, também de Beethoven; o Concerto para Clarinete e a abertura de As Bodas de Fígaro, de Mozart; e o Concerto para Piano n.º 4 de Rachmaninov. Na segunda, 23, o concerto de Mozart (com solos de Günther Forstmaier) se junta à Sinfonia n.º 5 de Beethoven; e, na terça, 24, a Sinfonia Pastoral compõe o programa ao lado do Concerto em Fá de Gershwin, com solos do pianista Maciej Pikulski.

“O repertório alemão, Bruckner, Mahler, Wagner, carrega um certo sentido de tristeza, da dor de viver. E não era isso que queríamos mostrar agora, daí a escolha de peças de Beethoven, Mozart, Gershwin, que seguem em outra direção. É claro que tocar uma obra conhecida como a Sinfonia n.º 5 de Beethoven é sempre um perigo. A chave é seguir tentando surpreender a plateia, mantendo vivo o fogo que inspirou a composição. Não se trata de reinventar a roda, mas de mostrar que uma peça como essa continua a ser expressiva. No caso da Sinfonia Pastoral, por exemplo, me fascina a relação com o campo, a paisagem. Não se trata de uma mera contemplação, mas de pensar em como é incrível a manifestação da natureza”, diz Nott.

Nascido na Inglaterra, o maestro iniciou sua carreira na Alemanha – e lá ficou. Em 2000, assumiu a Sinfônica de Bamberg, posto que deixa de ocupar em agosto, quando passa a comandar a Orchestre de la Suisse Romande, em Genebra. “Eu não estava procurando outro emprego”, ele brinca. “Mas surgiu o convite e resolvei aceitar. Será um novo casamento. E estou aberto a uma nova relação. É sempre bom poder descobrir algo novo”, acrescenta.

ORQUESTRA SINFÔNICA DE BAMBERG Auditório Ibirapuera. Pq. Ibirapuera. Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, 3629-1075. Hoje, 16h; amanhã, 11h. GrátisSala São Paulo. Pça. Júlio Prestes, 16, 3367-9500. 2ª e 3ª, 21h. R$ 160/ R$ 500.  

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