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Jack Johnson volta a SP após 'pausa não programada' e contra a paranoia da Era Trump

Apresentação paulistana será no Espaço das Américas, nesta terça-feira, 7

Por Pedro Antunes
Atualização:

Quando Jack Johnson terminou a turnê do disco From Here to Now to You (2013), pegou um avião em direção ao Havaí e não pretendia sair de lá tão cedo. Não por motivos musicais, pelo menos.

Jack Johnson Foto: Morgan Maassen

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“Todo o fim de turnê, penso que será a última vez”, explica o cantor e compositor ao telefone. Líder absoluto do movimento “praia, violão e canções doces” que tomou de assalto as rádios na entrada deste século, Johnson leva a leveza com a qual canta e toca seu instrumento para a sua vida.

Prefere sair para surfar – é amigo de Kelly Slater, 11 vezes campeão Liga Mundial de Surfe –, gosta de ver o dia passar próximo do mar, da mulher e dos três filhos. Usa da fama que conquistou para enviar mensagens sobre a importância de cuidar do meio ambiente. 

No tempo ausente, contudo, entre uma onda e outra, Johnson viu a ascensão de Donald Trump, o atual presidente dos Estados Unidos, cujos discursos incluem coisas como “o aquecimento global é uma invenção dos chineses”, rivais comerciais e industriais dos norte-americanos. Isso mexeu com o havaiano.

A resposta saiu com My Mind Is for Sale, a primeira música a ser divulgada do mais recente disco dele, All the Light Above It Too, lançado em setembro. “Eu não ligo para a paranoia de ‘nós contra eles’”, diz um verso da canção, outra citação clara ao sujeito sentado no Salão Oval da Casa Branca.

Com o álbum, Johnson saiu em turnê – e está de volta ao Brasil. Depois de se apresentar no Rio, no domingo, 5, ele toca no Espaço das Américas, em São Paulo, nesta terça-feira, 7.

Confira o bate-papo com o Estado: 

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Como tem sido voltar à rotina das turnês?  Olha, posso dizer que estamos nos divertindo bastante. Minha família está sempre comigo e isso é ótimo. Gostamos de visitar diferentes lugares e países. Meus filhos adoram o Brasil, gostamos muito de visitar essas lojas de percussão. E temos muitos amigos brasileiros que moram no Havaí. Então, estamos bastante familiarizados. 

Foram três anos distante dos palcos, isso muda algo?  Acho que isso é um pouco confuso no início, entende? Eu amo mostrar as minhas músicas, mas o início é sempre meio estranho, depois vou me acostumando com o público de novo. E daí, quando volto para casa, demoro para me acostumar a não ter mais a energia da plateia comigo.

E como determina que é hora de descansar? Hora de voltar?  Acho que só deixo tudo acontecer. Todas as vezes que termino uma turnê, eu penso que foi a última. Quero dizer, é ótimo rodar o mundo, mas exige muito planejamento. Quando volto para casa, eu realmente sinto como é bom estar lá. Senti (que a pausa) era algo que eu deveria fazer. De repente, comecei a ir para o estúdio de novo, fazer novas músicas. E cá estamos, de novo na estrada, de novo com um disco. 

Foi um processo longo escrever esse disco enquanto o mundo mudava desse jeito?  Acho que faço as coisas no meu tempo. Ia para a minha garagem, gravava algo, tocava um pouco de vibrafone. Daí, parava para fazer uma viagem de surfe com o Kelly Slater, depois voltava (risos). Eu tento não ficar tanto tempo dentro do estúdio. 

JACK JOHNSON Espaço das Américas. R. Tagipuru, 795, Barra Funda. Hoje (7), às 22h (abertura dos portões às 19h). R$ 240/R$ 460. 

Capa do disco'All The Light Above It Too', do Jack Johnson 
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