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Erasmo chora ao lembrar morte de filho em show

Cantor se apresentou pela primeira vez depois da perda ontem à noite, no Rio

Por Roberta Pennafort - O Estado de S. Paulo
Atualização:

RIO - Nove dias depois de enterrar o filho Carlos Alexandre, vítima de um acidente de moto aos 40 anos, Erasmo Carlos chorou sua dor cantando. O primeiro após a perda foi no Vivo Rio, ontem, para um público solidário e caloroso. Era o lançamento do CD "Gigante gentil", e o novo repertório foi mesclado a sucessos das cinco décadas de carreira. Ao chegar "É preciso saber viver", a penúltima música da noite, ele não conseguiu mais represar a emoção.

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"É complicado estar aqui. Queria agradecer o carinho que eu e minha família recebemos para suportar essa dor. Estou fazendo exatamente o que meu filho queria. O show não pode parar. A música tem sempre que continuar", disse Erasmo, que soluçou ao fim dos versos, de vertente existencialista, num momento catártico que emocionou os fãs. O público ficou de pé para consolá-lo. Na primeira fila, companheiros como Milton Nascimento e Paula Toller mandavam vibrações de conforto.

O show teve novidades como "Amor na rede", "50 tons", "Colapso" e a própria "Gigante Gentil", essa executada na abertura, e um punhado de hits: "Mesmo que seja eu", "Sou uma criança, não entendo nada", "É proibido fumar", "Sentado à beira do caminho", "Mulher", "Gatinha manhosa", "Quero que vá tudo pro inferno", "Vem quente que eu estou fervendo", "Minha fama de mau", e "Além do horizonte".

Erasmo dedicou a apresentação ao filho. "Eu queria pedir licença pra dedicar esse show pro meu filho Carlos Alexandre, o Gugu. Cada acorde que foi feito hoje aqui foi pra ele. Até sempre!" Erasmo então se recompôs para cantar "Festa de arromba", que fechou a noite em alto astral.

Desde o início do show havia uma certa expectativa por parte da plateia por uma menção à morte de Gugu. Mas Erasmo preferiu começar leve. Fez piadas sobre a crueldade dos comentários na internet quanto à sua idade (faz 73 anos no próximo dia 5) - tema ao qual voltaria em todas as suas falas.

"Nunca antes na história desse país vocês viram um compositor tão realizado, aos 53 anos de carreira e lançando um disco. Eu me assustei com a falta de educação dos internautas. Pensei: sou tão ruim assim?" No telão ao fundo do palco, projeções mostrava tuítes nada gentis, como "o primeiro show do Erasmo foi na Santa Ceia".

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