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Dupla Nervo, de irmãs e ex-modelos, é destaque da primeira edição do Electric Daisy Festival

Festival será realizado nos dias 4 e 5, no Autódromo de Interlagos, em SP

Por Pedro Antunes
Atualização:

Em um intervalo de oito meses, dois dos maiores festivais de música eletrônica em escala mundial terão realizado suas estreias em solo brasileiro. Em abril, o alucinógeno Tomorrowland montou seus palcos em Itu, cidade próxima de São Paulo. Nesta sexta-feira, 4, o Electric Daisy Carnival, também conhecido pela sigla EDC, ganha uma versão tupiniquim, com dois dias de performances, dias 4 e 5, no Autódromo de Interlagos, na zona sul da cidade.

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Figuras comuns na escalação dos dois festivais, as irmãs gêmeas australianas Miriam e Olivia, ou apenas Mim e Liv, respectivamente, trazem novamente seu duo eletrônico Nervo para mais uma apresentação, desta vez, com o primeiro disco cheio, chamado Collateral, na bagagem das moças.

Quando passaram pela vez por aqui, elas ainda não haviam finalizado o trabalho, primeiro completo em dez anos de atividade da dupla. E isso, segundo contou Liv ao telefone, de Londres, fará toda a diferença nesta nova apresentação em terras brasileiras. “Amamos ver as pessoas dançarem com as nossas músicas. Chegamos a esse álbum justamente quando conseguimos reunir canções que sejam capazes de traduzir isso.”

Há uma inevitável semelhança entre as apresentações, mesmo que essa safra de 15 novas faixas engordem um repertório já vasto construído pelas gêmeas na última década. Liv entende que isso é parte do show biz e, em um festival, não pode fugir de canções mais emblemáticas, mas a música eletrônica, principalmente esse house (música eletrônica com baixos sintetizados e bateria programada, massiva) da dupla, abre a possibilidade para diferentes tipos de interpretação.

“Sabe, a gente ama música”, ela diz. “E a cada dia, tentamos aprender um pouco mais sobre isso. Fazer um novo experimento, uma nova tentativa. Então, hoje, sabemos e experimentamos um pouco mais do que naquela outra apresentação nossa por aí, em abril. É claro que algumas dessas faixas não podem sair do repertório, mesmo com a entrada de outras mais novas, e isso pode se traduzir num set similar, mas temos trabalhado muito nas introduções das canções novas e velhas, cuidando para deixar tudo o mais fresco possível.”

Nascidas em 1987, na cidadezinha de Ivanhoe, de 11 mil habitantes, no subúrbio de Melbourne, na Austrália, as duas iniciaram a vida profissional ainda cedo, como modelos, embora Liv garanta que a música sempre foi uma prioridade para a vida de ambas. Assinaram com a parceria entre Sony e ATV Music Publishing ainda aos 18 anos, e passaram a viver de música. Desde 2005, deixaram a Austrália e passaram a morar em Londres, cidade com forte tradição nas batidas eletrônicas desde o princípio do gênero, com uma forte cena underground.

A vida de DJs populares, como é o caso do duo Nervo, contudo, as impede de chamar Londres de casa. “Costumo brincar que tenho três casas, na verdade”, brinca a moça, hoje com 28 anos. “Uma em Ibiza, que tem uma cena muito forte de música eletrônica, outra na Espanha, por causa do Sónar (festival que, aliás, foi realizado em São Paulo na última semana), e em Londres, claro. Mas, na verdade, posso dizer que são quatro casas, porque sempre passamos alguns dias com os nossos familiares na Austrália.”

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As irmãs sobem ao palco do EDC Brasil em um horário nobre, às 23h30, no espaço KineticField, o principal do evento, nesta sexta, 4. No mesmo dia, elas dividirão as atenções com outros bambambãs das picapes, como Martin Garrix (em ação à 0h31), Tiësto (à 1h32), Krewella (às 3h03) e Klingande (às 5h01). O sábado conta com Steve Aoki (às 22), Skrillex (à 1h17), entre outros (confira mais destaques da programação no quadro abaixo).

No Tomorrowland, as irmãs Nervo (sobrenome de origem italiana delas, aliás), também se apresentaram em um horário bom, logo no primeiro dia do festival em São Paulo. “Olha, se eu posso dizer uma coisa é que aquela foi a melhor experiência ao vivo que tivemos neste ano. O melhor festival em que tocamos em 2015, sem dúvida alguma. Tivemos um ótimo espaço no palco e, como era o primeiro dia, acho que existia uma animação muito grande por parte de todos, era uma energia muito diferente. Foi especial.”

O EDC é tão tradicional quanto o companheiro de calendário Tomorrowland. Nasceu antes, aliás, em 1997, em Los Angeles, enquanto o festival belga teve a sua primeira edição realizada em 2005. O Electric Daisy Festival também brinca com a aparência lúdica dos seus palcos gigantescos, com as temáticas dos espaços, algo que funcionou muito bem no Tomorrowland Brasil, em abril deste ano. A origem norte-americana do festival, contudo, ainda o distancia da Europa, que é o grande centro da cultura eletrônica mundial. Apenas nos últimos anos, a música de batidas marcantes foi abraçada pelo público mainstream norte-americano, o que fortaleceu o festival como um todo. Em 2010, por exemplo, o EDC foi chamado de “Ibiza norte-americana”. Liv diz que está animada por voltar ao País, em mais uma estreia de festival “gringo”. “Ainda mais porque adoramos as churrascarias de vocês. Elas são demais!”, brinca.  

DESTAQUES DO FESTIVAL NO BRASIL

Sexta-feira, 4Felguk, às 20h Formada por Felipe Lozinsky e Gustavo Rozenthal, a dupla do Rio de Janeiro atua desde 2007 e une electro, house e até as batidas vagarosas do heavy low end

Martin Garrix, à 0h31 Com a força do hit Animals, ele chegou ao topo em alguns países da Europa. O jovem de 17 anos, curiosamente, ainda se divide entre a vida de DJ e a de estudante

Tiësto, à 1h32 DJ e produtor holandês saiu do underground na metade da década passada e chegou a ser apontado em pesquisas como o "maior do mundo" nas picapes. Também já foi indicado para um Grammy

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Tropikillaz, à 0h Outra dupla brasileira, formada por DJ Zegon e Laudz, ela aposta em um trap de graves, pesados e bastante sombrios

Sábado, 5

Steve Aoki, às 22h Tem um set bastante pop e não tem medo de colocar suas batidas em remixes de hits do hip-hop. Trabalhou com will.i.am, do Black Eyed Peas.Skrillex, à 1h17 É a cara do dubstep, gênero mais popular entre os jovens amantes de eletrônica, cheio de batidas desconcertantes