Desafios para o futuro da Osesp vão além da escolha de novo maestro

Que perfil deve ter esse artista? Antes, é preciso saber que perfil quer ter a instituição

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Por João Luiz Sampaio
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A chegada de Marin Alsop à Osesp foi comemorada pela qualidade musical de que seu nome era sinônimo e porque a atividade da maestrina à frente da Orquestra Sinfônica de Baltimore havia quebrado paradigmas no cenário musical norte-americano. E o fez ao pensar um conjunto sinfônico à luz de sua possível relevância cultural e social, entendendo a temporada de concertos e sua qualidade como parte de uma atuação mais ampla na difusão do valor da música.

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Como unir o importante resgate da tradição simbolizada pelo repertório sinfônico com um mundo contemporâneo que pensa e consome arte de modo diferente? Essa é uma discussão presente hoje mundo afora, mas que nossos principais grupos – e a Osesp entre eles – nem sempre estão dispostos a fazer. Associada a um contexto de cortes de verbas e de crise econômica, essa recusa fez dos últimos anos um período difícil. E possíveis passos em novas direções foram deixados de lado.

Não dá, no entanto, para atribuir responsabilidades apenas a Alsop. Afinal, qualquer discussão a respeito do sentido de uma instituição deve envolvê-la como um todo. É essa a questão que se coloca no momento em que o grupo começa a procurar um novo maestro. Que perfil deve ter esse artista? Antes, é preciso saber que perfil quer ter a instituição. E que artista pode ajudá-lo nesse processo. Alsop poderia ter sido ideal.

Marin Alsop durante o ensaio nesta semana, na Sala São Paulo Foto: AMANDA PEROBELLI/ESTADÃO
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