PUBLICIDADE

Conchita Wurst dedica vitória aos que sonham com futuro sem discriminação

A personagem, que ganhou o Eurovision, é 'alter-ego' do estilista e cantor Tom Neuwirth

Por Antonio Sánchez Solís e Jordi Kuhs
Atualização:

Conchita disse à imprensa que sua vitória é uma mensagem a "alguns políticos", entre os quais citou Putin, mas insistiu que não se trata de abrir um debate de direitos humanos entre Europa e Rússia."A tolerância não tem fronteiras. Na Rússia também há lugares onde sou muito bem-vinda", disse Wurst, que lembrou que sua atuação recebeu cinco pontos do país, o que mostra que "nem todo o mundo lá tem as mesmas opiniões" sobre gêneros. Por isso, a artista deixou claro que sua mensagem vai além das fronteiras e se dirige a "políticos que conhecemos"."Só quero dizer que, no final, o bem sempre vence e que somos imparáveis", declarou sobre os que, como ela, acreditam na tolerância.Apesar da bandeira antipreconceito, Conchita Wurst disse que não pretende ser uma embaixadora da tolerância, mas dar sua pequena contribuição a uma missão em que, disse, felizmente não está sozinha. "Há pessoas mais poderosas que eu que poderiam fazer mais, mas me deram esse dom. Para mim é importante, e minha obrigação como artista é trabalhar nesse sentido", declarou.Wurst também se referiu às críticas que recebeu em seu próprio país quando foi escolhida para concorrer ao Eurovision. Uma pesquisa de um jornal sensacionalista de grande circulação concluiu que 79% dos austríacos não estavam orgulhosos de sua candidata."Os comentários contra mim não me interessam. Não me interessaram antes nem me interessam agora", sentenciou.Quanto aos planos para o futuro, a cantora reconheceu ser ambiciosa. "Quero o mundo inteiro", confessou. "Meu grande objetivo é um Grammy. E no caminho pegarei tudo que puder", avisou Wurst, que já recebeu ofertas de produtores de Los Angeles e de vários eventos de celebração do orgulho gay.Conchita Wurst é um personagem criado por Tom Neuwirth, um estilista de moda e cantor homossexual de 26 anos.Após ficar em segundo lugar em "Starmania", um programa caça-talentos da TV pública austríaca em 2006, Tom participou brevemente de um grupo musical. Em 2011, o artista se reinventou e apareceu em um novo concurso já como Conchita Wurst. Neuwirth explica que Conchita surgiu como uma resposta à intolerância que sofreu na adolescência por ser homossexual.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.