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CD e DVD documentam shows do Rush no Brasil

Banda retribui a calorosa recepção que teve no País, no ano passado, lançando o DVD duplo Rush in Rio e o CD triplo homônimoClique para ouvir "Tom Sawyer"

Por Agencia Estado
Atualização:

A banda canadense Rush, uma das maiores do mundo, nunca tinha vindo ao Brasil. Formada em 1968, lançou seu primeiro single em 1973. Somente 30 anos depois disso em novembro do ano passado, desembarcou finalmente em terras brasilis. E a primeira impressão foi devastadora. "Havia dezenas de fãs esperando pela gente no aeroporto. Ruidosos, alegres, acolhedores. Eu não esperava por nada disso, não tenho nada a ver com Justin Timberlake. Todo nosso apelo está na música", disse o vocalista e baixista Geddy Lee, falando à reportagem por telefone, do Canadá. "Nós somos uma banda estranha. Às vezes, entramos e saímos de um país como fantasmas. As pessoas vão aos shows, mas não nos tratam como mitos ou estrelas. Têm respeito pelo que fazemos, mas no Brasil tudo foi diferente." Por conta dessa recepção, e das milhares de pessoas que encheram os estádios do Morumbi, em São Paulo, e o Maracanã, no Rio, para ver o Rush na turnê Vapor Trails, a banda resolveu retribuir. E está lançando um DVD duplo, Rush in Rio (Sum Records, preço sugerido R$ 61,00) e um CD triplo com o mesmo nome (Warner, R$ 75, em média), preciosos documentos sobre tudo que aconteceu naquele primeiro contato. "Para mim, não havia nenhuma razão real para fazer um disco ao vivo. O que nós queríamos era fazer um registro visual daquele momento, que foi tão especial para nós. Foi algo tão particular, tão especial, que resolvemos deixar o DVD como um documento histórico", afirmou Lee. Boas-praças, francamente abertos e bem mais articulados do que a média dos astros de rock, os canadenses do Rush não fizeram doce com os fãs brasileiros. Até mandaram ver numa Garota de Ipanema, risco que Geddy Lee correu sem culpa. "É uma canção verdadeira sobre o Rio, que diz respeito ao Rio. Resolvei cantá-la porque traduzia um momento verdadeiro", ele disse. "Gostei muito das duas cidades, São Paulo e Rio. São Paulo tem um charme, tem grandes coisas para se ver e conhecer. O Rio é uma cidade emoldurada pela beleza." O grupo, formado por Geddy, mais Alex Lifeson (guitarras) e Neil Peart (bateria), oferece 29 músicas no primeiro disco do DVD, entre elas os grandes clássicos: Tom Sawyer, Natural Science, Closer to the Heart, Distant Early Warning, New World Man, entre outros. As mesmas canções estão no CD triplo, além de duas bootlegs ("piratas"): Between Sun & Moon e Vital Signs. Além das entrevistas com todo o grupo, no documentário, o material traz um pôster com o símbolo da turnê: um dragão gigante de cartoon, emergindo de uma cortina de fogo, com a banda à frente, na penumbra. Na mão do dragão, um drinque tropical. Na cabeça do monstrengo, abacaxi, laranja, limão, banana, num improvisado chapéu de Carmem Miranda. O espetáculo do Rush teve três horas de duração, com um intervalo de 20 minutos. Ao final, com a consciência do dever cumprido, em algum hotel do Rio, Neil Peart conta que o grupo comemorou à moda da casa: com uma rodada infinita de caipirinhas. O DVD mostra que o Rush mereceu toda a deferência dos tropicalistas locais.

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