Cantor português António Zambujo quer voltar ao 'voz-e-violão'

Ele se apresenta no Brasil e prepara CD com Yamandu Costa

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Por Roberta Pennafort
Atualização:

RIO - Sucesso na Europa, nos EUA e no Brasil na condição de uma das principais vozes da revitalização do fado no século 21, António Zambujo fez dez anos de carreira fonográfica em 2014 e, em setembro, celebra 40 anos. Mas a vontade de dar nova direção à sua música que vem lhe tomando nada tem a ver com marcos cronológicos. 

“Sinto necessidade de não me acomodar. Gosto do caos, do risco, não quero ser previsível para o público. Mas esse processo não é premeditado. Fiquei com a sensação de que precisava dar um reset e regressar à base, que é voz-e-violão, com grande influência de João Gilberto”, diz o português, que canta nesta terça-feira, 21, em São Paulo, no Bourbon Street. 

Ele está lançando o CD 'Rua da Emenda'no Brasil Foto: RITA CARMO/DIVULGAÇÃO

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A última parada dessa trajetória, a conclusão de um ciclo iniciado em 2004, quando estreou com Por meu Cante, é Rua da Emenda, o CD que saiu em novembro em Portugal e agora chega ao Brasil. São fados e valsas e um passeio pela música de outras paragens: da França, La Chanson de Prévert, de Serge Gainsbourg; do uruguaio Jorge Drexler, ele escolheu a bela Zamba Del Olvido.

O repertório brasileiro tem estado presente nos últimos três CDs, com compositores como Vinicius de Moraes, Ivan Lins e Rodrigo Maranhão. Dessa vez Zambujo pinçou, além da impressionista Valsa Lisérgica, parceria de Maranhão com Pedro Luís, o clássico de Noel Rosa Último Desejo

Em Portugal e na França, António Zambujo chegou ao topo de execução e venda online com o novo CD – puxado pelo sucesso do single O Pica do 7, uma crônica romântica que inspirou um clipe que tem o próprio cantor como ator. 

Ele lembra que nessa década de carreira discográfica foi acrescentando “fatores caóticos de disco para disco”, incluindo novas sonoridades, e que agora a vontade é de parar para reavaliar seu som. A última faixa do CD, Viver de Ouvido, é um prenúncio disso: só voz e violão, gravados com o celular. “Qualquer coisa que eu fizesse de estúdio não iria acrescentar nada. Quero escutar novos artistas, assistir a concertos, começar tudo de novo.” 

Zambujo tem agenda em Porto Alegre (quarta, no Bourbon Street) e no Rio (sábado, no Vivo Rio). Durante a estada carioca, vai preparar o CD que lança no fim do ano com repertório de Chico Buarque, com possível participação do compositor. Ele também gesta um trabalho com o violonista Yamandu Costa, com letras de Paulo César Pinheiro. 

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