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Após apresentação no Lollapalooza, vocal do The xx promete que banda voltará logo ao País

'O show de sábado foi o melhor de todos', afirma Oliver Sim

Por Juliana Mezzaroba
Atualização:

Sentado de forma despojada em um sofá preto, mesma cor do casaco longo e pesado, que combina muito mais com os dias cinzas do outono londrino do que com o calor que fazia na tarde paulistana na última terça-feira, 28, Oliver Sim, dono da voz grave do The xx recebe a repórter da Rádio Eldorado e diz: "Já temos planos concretos de voltar ao Brasil para shows só da banda. Não posso te dizer muito, mas posso garantir que será em breve. Estamos animados para isso".

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O entusiasmo sem timidez vem da apresentação, que foi realizada três dias antes da entrevista, no festival Lollapalooza: "O show de sábado foi o melhor de todos. Desde que nós iniciamos a turnê do novo álbum esse foi o meu show favorito. E durante a carreira esse está no meu top 5. Vivi um momento incrível. Todos nós vivemos", afirmou.

O novo álbum a qual o vocal se refere é I See You, terceiro disco do trio, mas o primeiro a fazer os fãs dançarem e ele explica o porquê: "Nós adicionamos neste disco algo que amamos, que é a música pop. E não me sinto culpado por isso. Gosto muito de Beyoncé e Rihanna, por exemplo. Música pop é ótima pra mim. E é algo que não sentimos vergonha de mostrar". 

A banda the XX durante o show no Lollapalooza 2017, em Interlagos. Foto: Serjão Carvalho/Estadão

Quem abriu as portas para a entrada do pop no som da banda foi Jamie XX, responsável pelos beats do The xx e dono do elogiado disco solo In Colours de 2015. Segundo Oliver: "Quando Jamie veio com a ideia de usar o trecho de I Can't Go for that, do Daryl Hall and John Oates, ele pensou que só iria mostrar e que essa ideia não iria para lugar nenhum, mas eu e a Romy adoramos. Diferente se ele tivesse trazido essa ideia no Coexist (segundo álbum - lançado em 2012) a gente teria barrado, pois achávamos que pop não era o que o The xx fazia, não era a sonoridade da banda. Mas desta vez estávamos mais abertos”. 

Apesar da sonoridade um pouco mais pop, Oliver admite achar muito difícil compor letras felizes, pois acredita que elas podem soar cafonas e "Quando se está feliz geralmente não pensamos muito. Vivemos o momento". As letras do The xx são carregadas de sentimentos, que fazem qualquer um que passou por um fim de relacionamento se identificar. Ele conta que escrever sobre um amor mal resolvido é terapêutico, que ele, Romy e Jamie escrevem as suas próprias experiências, mas que esperam não passar por algumas situações novamente para criar novas composições: "Tentamos desenvolver um tipo de metodologia assim como a Amy Winehouse e Adele, que tiveram términos de relacionamentos terríveis, mas que geraram ótimas canções".

A confiança em dividir os sentimentos vem da intimidade cultivada desde a infância. Oliver e Romy eram vizinhos e se conhecem desde os três anos de idade e na pré-adolescência, aos onze, conheceram Jamie na escola onde estudavam. Desde então compartilham de gostos individuais que juntos resultam no som da banda: "Na adolescência eu era mais ligado em R&B. E por influência da minha irmã meu disco favorito que compartilhei com eles na época foi o The Miseducation of Lauryn Hill, de Lauryn Hill. A Romy gostava de coisas mais pesadas como The Distillers, principalmente o álbum Coral Fang. Jamie gostava de Soul e eletrônico", complementa.

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