O Mozarteum Brasileiro anunciou, para sua temporada 2015, sete atrações internacionais. O foco é na quantidade: ao todo, mais de 500 músicos vão se apresentar na programação, integrantes de quatro orquestras - boa parte delas ainda buscando estabelecer seus nomes no cenário internacional, com novas propostas artísticas. A exceção é a tradicional Sinfônica Estatal da Rússia, que abre o ano em abril, com concertos na Sala São Paulo e no Parque do Ibirapuera.
Neles, a orquestra será regida por Michail Jurowski, veterano regente russo que desenvolveu boa parte de sua carreira na Alemanha, esteve recentemente à frente da Osesp e é pai de um dos principais maestros da nova geração, Vladimir Jurowski. A orquestra, por sua vez, foi criada nos anos 1930, no Conservatório de Moscou, e atingiu seu auge no período em que esteve sob o comando de Evgeny Svetlanov. O solista dos concertos será o violoncelista Alexandre Buzlov.
“A temporada 2015 terá um som predominantemente europeu”, diz a presidente do Mozarteum, Sabine Lovatelli. Cada um dos grupos convidados, no entanto, vai oferecer um olhar diferente sobre esse universo. Em maio, por exemplo, apresenta-se a Filarmônica Austro-Húngara Haydn. A obra do compositor é um dos pilares do repertório do grupo, sediado no Palácio Esterházy, onde ele viveu e escreveu algumas de suas obras. Entre os músicos, estão artistas austríacos e húngaros, unidos pela primeira vez nos anos 1990 pelo maestro Adam Fischer. No Brasil, as apresentações serão comandadas pelo regente Alexander Lonquich.
Já a Orchestre de Pau, grupo regional francês, passou a chamar atenção nos últimos anos ao determinar que, em seus concertos, seja apresentada uma nova obra - o que vem sendo feito sob a direção do maestro Fayçal Karoui, que já foi diretor da orquestra do New York City Ballet. A violinista Saténik Khourdoian será a solista das apresentações, em junho. Outra orquestra, que encerra a temporada em outubro, é a Filarmônica Jovem de Viena, criada no começo dos anos 2000. O objetivo é oferecer a artistas iniciantes espaço para que desenvolvessem repertório - no Brasil, eles vão apresentar, entre outras obras, a Sinfonia n.º 4 de Mahler.
Artistas jovens também formam a base da Chorakademie Lübeck, que faz concertos em junho na Sala São Paulo sob direção de Rolf Beck, trazendo ao Brasil uma de suas marcas, a inventividade de repertório. E o mesmo, de certa forma, vale para o Gershwin Piano Quartet, que se apresenta em outubro: a obra do compositor americano é a base da atividade do quarteto formado por quatro pianos, mas eles se dedicam também a outros autores do período, buscando estabelecer diálogo entre eles.
Ainda no universo da música de câmara, o Mozarteum programou para agosto dois recitais que devem ser destaque: neles, a soprano Anna Caterina Antonacci, uma das mais inventivas vozes do cenário internacional, vai se unir ao pianista Maciej Pikulski. As assinaturas para o Mozarteum custam de R$ 650 a R$ 1.780. Renovações podem ser feitas a partir de segunda e até o dia 28 de novembro; novos assinantes devem procurar a entidade apenas a partir de 8 de dezembro. Mais informações pelo site mozarteum.org.br.
O violinista Yuri Bashmet encerra programação 2014
O violista Yuri Bashmet encerra, neste sábado e domingo, às 21 horas, na Sala São Paulo, a temporada 2014 do Mozarteum Brasileiro. Bashmet é um dos mais celebrados e controvertidos artistas russos de sua geração: exímio virtuose, já recebeu críticas por posicionamentos políticos, como a assinatura de uma carta em favor da intervenção militar russa na Ucrânia. Dono de uma discografia de exceção, que o coloca não apenas à frente de grandes orquestras, mas também ao lado de parceiros como o pianista Sviatoslav Richter. No Brasil, se apresentará com os Solistas de Moscou.