PUBLICIDADE

Nova edição crítica de 'Os Sertões' é tema de debate em São Paulo

O encontro, às 19h, na Livraria Cultura, reúne as professoras Walnice Nogueira Galvão e Flora Süssekind e o diretor de teatro Zé Celso

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A Edições Sesc e a Ubu Editora promovem nesta segunda-feira, 5, às 19 horas, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, debate sobre o livro Os Sertões para marcar o lançamento da edição crítica que comemora os 150 anos de nascimento de Euclides da Cunha. Os participantes são a professora Walnice Nogueira Galvão, organizadora da publicação, a crítica literária Flora Süssekind e José Celso Martinez Corrêa, que adaptou Os Sertões para o teatro. A mediação do debate será feita pelo jornalista do Estado, Antonio Gonçalves Filho.

Quatrocentos jagunços foram feitos prisioneiros em 1897, em Canudos, Bahia Foto: Reprodução

PUBLICIDADE

A nova edição de Os Sertões, além do texto integral, traz 14 ensaios e críticas de autores como Antonio Candido e Gilberto Freyre. A organizadora Walnice Nogueira também assina um texto em que analisa as três partes da obra, que classifica de “narrativa polifônica”. O suporte desse polifonismo reside, segundo a professora, na intertextualidade, o que torna o livro de Euclides um precursor da modernidade literária.

A organizadora defende que a primeira parte de Os Sertões, publicado em dezembro de 1902, é uma espécie de mimese do Gênesis, em que o sertanejo seria “uma espécie étnica ainda em formação, possivelmente a nova raça brasileira”. Por sua vez, Canudos seria uma nova Jerusalém. Walnice Nogueira Galvão liga a narrativa ao gênero épico, um livro em que “é difícil separar o autor do narrador”.

Como acrescenta o jornalista Antonio Gonçalves Filho, Os Sertões é uma espécie de Bildungsroman, um romance de formação sem ser, no entanto, um romance. “Enviado pelo Estado para cobrir a guerra de Canudos, ele queria escrever uma obra épica sobre Antonio Conselheiro e acabou fazendo um livro para entender melhor a si mesmo, um militar que se decepciona com o Exército e acaba se identificando com ‘inimigo’, o povo”.

O diretor José Celso Martinez Corrêa, em sua adaptação de Os Sertões (montada entre 2001 e 2006) fez um ‘aggiornamento’ da obra de Euclides, destacando a mudança de rota do autor – antes simpático aos militares – como um primeiro sinal da modernização do País, e envolveu o público na “luta” contra os opressores.

OS SERTÕES  Livraria Cultura. Av. Paulista, 2.073, Conj. Nac. 3170-4033. Lançamento e debate, das 19h às 21h45. Preço do livro: R$ 149.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.