A escritora italiana Elena Ferrante escreveu um texto sobre feminismo em sua coluna semanal no jornal britânico The Guardian.
No artigo, a autora de A Amiga Genial diz que, mesmo depois de um século de movimento feminista, as mulheres ainda não podem ser elas mesmas "plenamente".
"As mulheres vivem em constante contradição e enfrentam trabalhos insustentáveis: tudo, realmente tudo, foi codificado de acordo com as necessidades masculinas: até práticas sexuais e a maternidade", escreve Ferrante.
Ela enfatiza ainda que as mulheres muitas vezes treinam para não ser "muito bonitas, muito inteligentes, atenciosas". "Tudo para não existir a reação violenta do homem e também não criar uma inimizade com outras mulheres", afirma.
No fim de seu texto, a italiana explica que se sente "próxima a todas as mulheres" e que se reconhece "na melhor e na pior". "Às vezes as pessoas me perguntam: 'como é possível que você não conheça nenhuma imbecil?'. Conheço algumas, com certeza. A literatura está cheia delas, assim como a vida real. Mas, no fim das contas, estou do lado delas", conclui.
As obras de Ferrante, a começar por sua tetralogia napolitana, giram em torno da figura feminina e das relações entre as mulheres, seja entre duas amigas ou mães e filhas.