Mantém-se grave e instável quadro de saúde de Ariano Suassuna

Escritor está internado desde a noite da segunda-feira, 21, quando sofreu um AVC hemorrágico e foi submetido a uma cirurgia

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Por Angela Lacerda
Atualização:
Ariano Suassuna em São Paulo, abril de 2011 Foto: Felipe Rau/Estadão

RECIFE - O estado de saúde do escritor e dramaturgo paraibano Ariano Suassuna mantém-se agravado e instável na manhã desta quarta-feira, 23. A informação é da assessoria do Hospital Português, onde ele se encontra internado desde a noite da segunda-feira, 21, quando sofreu um AVC hemorrágico e foi submetido a cirurgia para colocação de dois drenos para controlar a pressão intracraniana. O último boletim médico, divulgado às 20 horas desta terça-feira, 22, informa que ele está em coma, respirando com ajuda de aparelhos, na UTI neurológica. "A situação é instável, com queda de pressão arterial e pressão intracraniana muito elevada", informa. De acordo com o hospital, um novo boletim será divulgado no final da manhã desta quarta-feira. Em agosto do ano passado, ele passou por duas internações seguidas. Sofreu um infarto do miocárdio e logo depois e um aneurisma cerebral. Recuperou-se e estava em plena atividade. Foi o homenageado do bloco carnavalesco recifense Galo da Madrugada, no carnaval, e semana passada ministrou uma aula-espetáculo no Festival de Inverno de Garanhuns, no agreste pernambucano. Autor de obras como O Auto da Compadecida, Uma mulher vestida de sol e Romance da Pedra do Reino, Ariano Suassuna foi o idealizador do Movimento Armorial, na década de 1970 - arte erudita a partir de elementos da cultura popular nordestina em todas as áreas artísticas: música, dança, teatro, artes plásticas. É membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Nascido em João Pessoa, Ariano se mudou para o Recife em 1942. Ele foi secretário estadual de Cultura no período 1994-1998, durante o governo de Miguel Arraes (1916-2005) e assumiu o mesmo cargo, como secretário especial no primeiro mandato do governo Eduardo Campos (PSB), neto de Arraes, em 2007. Seu foco sempre foi o da valorização da cultura popular, posicionando-se também contra qualquer estrangeirismo da língua portuguesa.

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